Pesquisadores acreditam que as barbas podem ter evoluído para amortecer impactos faciais, mais especificamente de socos na mandíbula.
Ao longo da história barbas foram sinônimo de dominância social e virilidade, assim como a juba de um leão. Entretanto, os pelos que compõe a crina de um leão servem para proteger a garganta contra as garras e dentes poderosos dos rivais. Então, os pesquisadores imaginaram que uma barba densa poderia oferecer um efeito similar para um humano. Além disso, a mandíbula é o osso facial que quebra mais facilmente durante combates, indicam estudos.
Barbas podem ter evoluído, mas por quê?
O pai da teoria da evolução, Charles Darwin, acreditava que a barba servia para atrair a atenção das mulheres. Entretanto em um estudo recente, os autores apresentaram uma nova versão sobre porque as barbas podem ter evoluído. Assim, indicaram que os pelos podem ser importantes no amortecimento de um golpe.
Além disso, existem algumas evidências que mostram como o corpo masculino evoluiu devido às lutas. Anteriormente, outros pesquisadores haviam sugerido que as formas faciais masculinas se desenvolveram para proteger os rostos em combates, ao menos é o que indica esse estudo.
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Os pesquisadores construíram uma estrutura semelhante ao crânio humano para investigarem essa possibilidade. Assim, cortaram o material ósseo e o envolveram em lã de ovelha. Mas, o novelo não é perfeito para a comparação, ainda assim, o volume foi próximo de barbas cheias e robustas.
Durante o estudo, utilizaram três tipos de pele de carneio:
– Amostras peludas, com a lã em todo seu comprimento;
– Peles cortadas, para identificar se as raízes ofereciam alguma proteção;
– Amostras arrancadas, para indicar uma mandíbula sem barba.
A partir disso, os pesquisadores começaram a realizar testes de queda de peso, colocando pacotes de ossos embrulhados em pele de carneio em uma bigorna.
Resultados surpreendentes indicam que barbas ajudam ‘suavizar’ impactos
Os resultados da pesquisa mostraram que, os crânios “peludos” conseguiram absorver quase 30% mais energia do que os que sem que aqueles sem pelos ou os que foram cortados. Aliás, o impacto danificou quase todas as amostras sem pelos, 95% das cortadas e somente 45% das peludas racharam ou quebraram.
“Os resultados deste estudo indicam que o cabelo é realmente capaz de reduzir significativamente a força do impacto de um golpe brusco e absorver energia, reduzindo assim a incidência de falhas”, disseram os cientistas.
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Acontece que as fibras capilares individuais conseguem absorver, provavelmente, a energia de um soco, distribuindo a força de entrada em uma área maior. Ainda assim, seriam necessários mais estudos para identificar essa questão de maneira precisa. Além disso, os pelos faciais humanos podem apresentar grossuras, curvaturas e espessura diferentes.
Por fim, se os resultados do teste forem válidos para humanos, a barba cheia é a mais eficaz para proteger regiões vulneráveis do esqueleto facial. Assim, é possível que a barba proteja contra lesões e lacerações.
A pesquisa foi publicada na revista Integrative Organismal Biology, confira.