Voz da mãe pode reduzir a dor em bebês prematuros, indica estudo

Mateus Marchetto
Imagem: Pexels / Pixabay

Uma nova pesquisa, publicada no periódico Scientific Reports mostra que a voz da mãe pode reduzir significativamente a dor em bebês prematuros. De acordo com os pesquisadores, falar ou cantar para o bebê durante procedimentos foram ações que mostraram bons resultados.

A pesquisa, por conseguinte, tem um objetivo primordial: buscar formas de reduzir a dor em bebês prematuros. Isso porque, em geral, crianças que nascem prematuras não podem recebem fármacos analgésicos. Acontece que eles podem interferir no desenvolvimento do sistema nervoso do bebê. Assim, diversas equipes vêm buscando outras alternativas.

Estudos anteriores, aliás, mostraram que a presença dos pais podem reduzir o estresse do bebê, e agora a nova pesquisa reforça os resultados.

Ademais, a autora Manuela Filippa, da Universidade de Genebra, afirma: “Nós focamos o estudo na voz materna.” A equipe, portanto, observou e estudou 20 bebês do Parini Hospital. Divididos em três grupos, alguns bebês tiveram apenas a presença silenciosa da mãe, enquanto um segundo grupo ouviu a mãe cantando e um terceiro ouviu a mãe conversando.

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Imagem: Free-Photos / Pixabay 

“Nos primeiros dias de vida é mais difícil para o pai estar presente, devido a condições de trabalho que nem sempre permitem dias de folga.”, continua a psicóloga.

Os 20 bebês prematuros, por conseguinte, passaram pelo teste do pezinho – um exame padrão para recém-nascidos – enquanto a equipe registrava as reações da criança, bem como seus níveis de ocitocina e, posteriormente o cortisol do sangue.

Quantificando a dor em bebês prematuros

Para medir as três variáveis citadas acima, os pesquisadores utilizaram diferentes métodos. Primeiramente, é possível identificar – em mamíferos no geral – sinais corporais de dor. Para bebês recém-nascidos, há uma medida que recebe o nome de Preterm Infant Pain Profile (PIPP na sigla em inglês ou Perfil de Dor de Crianças Prematuras).

Assim, a partir dos registros m vídeo dos bebês, psicólogos treinados avaliaram o PIPP de cada bebê, sem saber qual deles estava ouvindo a mãe. Os resultados mostraram que, quando a mãe falava com a criança, o PIPP caía de 4,5 para 3,0, em média. Quando a mãe cantava, o valor chegava a 3,8. Este foi o primeiro indicativo da redução da dor pela voz materna.

Em segundo lugar, os autores avaliaram a ocitocina (hormônio do amor e do apego) presente na saliva das crianças antes, durante e depois do exame. Mais uma vez, as crianças que ouviram a voz da mãe tiveram níveis de ocitocina mais altos, indicando menos sofrimento.

A avaliação do cortisol sanguíneo (coletado pelo próprio teste do pezinho) mostrou também resultados semelhantes.

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