Vespas estão causando grandes problemas para aeronaves na Austrália

Matheus Gouveia
(Yasunori Koide/Wikimedia)

As vespas estão construindo ninhos dentro de aviões na Austrália e causando graves problemas. Em alguns casos, as aeronaves tiveram que cancelar voo devido ao mal funcionamento de equipamentos. As consequências de não controlar esta praga podem ser desastrosas.

Vespas a bordo

Aviões na Austrália estão sofrendo muitas complicações em função desses animais. As vespas têm o hábito de construir seus lares em pequenos buracos e em estruturas construídas pelo homem. Mas agora, elas passaram do limite: estão construindo ninhos nos dispositivos de bordo, usados ​​para medir a velocidade dos aviões.

Acontece que o buraco de entrada de ar da cabine tem o tamanho ideal para uma vespa entrar. Pode não parecer grande coisa, mas as vespas estão, de fato, impedindo as aeronaves de levantar voo. Um recente estudo, inclusive, já investigou esse problema e concluiu que ele representa sério risco para viagens aéreas.

Isso veio à tona pela primeira vez em 2013, quando um Airbus A330 precisou fazer um pouso de emergência; o avião estava exibindo leituras de velocidade errôneas. Depois de pousar com segurança, descobriram então que a sonda do capitão estava cheia de areia e lama, além de um ninho de vespa.

Além disso, a temporada das vespas está ficando mais longa com os verões cada vez mais quentes.

Autoridades descobriram um total de 26 problemas relacionados a vespas no aeroporto de Brisbane entre 2013 e 2019.

Pesquisadores já até simularam a situação com réplicas 3D das sondas. Eles montaram uma série de réplicas e as espalharam por todo o aeroporto, deixando a natureza seguir seu curso. Então, depois de pouco mais de três anos, pelo menos 93 das sondas falsas haviam sido totalmente bloqueadas por vespas.

Uma espécie resistente

A espécie de vespa em questão é nativa da América do Sul e da América Central. Mas também existem registros em regiões do sul dos Estados Unidos e no Caribe.

No entanto, a espécie atravessou o Oceano Pacífico e invadiu, além da Austrália, várias ilhas do Pacífico. Ainda há a possibilidade de que a espécie comece a invadir outras partes da região. Ou seja, a ameaça à segurança dos aviões pode aumentar ainda mais.

Os pesquisadores estão procurando maneiras de resolver o problema, controlando ou até erradicando a espécie da região.

“Esperamos que esta pesquisa chame a atenção para um problema pouco conhecido, mas sério, das viagens aéreas em regiões tropicais e subtropicais”, escrevem pesquisadores. “Se a espécie conseguiu chegar até o Oceano Pacífico, não há razão para duvidar que ela poderia se espalhar para outras partes da Austrália.”

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