As aranhas de alçapão usam uma tática assustadora para caçar. Esses aracnídeos ficam escondidos embaixo de uma tampa que fazem para suas tocas (um alçapão) e esperam as presas passarem para abatê-las rapidamente. Acontece que pesquisadores acabam de desenterrar um fóssil de um animal que provavelmente caçava de forma bem parecida. Os vermes marinhos do gênero Pennichnus viveram há 20 milhões de anos e cavavam longos buracos no solo do oceano para caçar suas presas em emboscadas.
Além da estratégia, o tamanho desses vermes também é impressionante: até dois metros de comprimento e três centímetros de diâmetro. Esse animal era um poliqueta, ou seja, pertencia a um grupo de vermes marinhos que já existia no planeta desde mais de 500 milhões de anos. Os cientistas também puderam identificar uma correlação com os vermes do gênero Eunice, que existem ainda hoje. Esses anelídeos podem atingir até 3 metros de comprimento e caçam da mesma forma, portanto, o fóssil pode ser um ancestral recente desses animais.
Não obstante, os vermes Eunice possuem mandíbulas que podem cortar animais ao meio, além de toxinas mortais. Essas características podiam também estar presentes nos seus ancestrais, mas ainda são necessários mais estudos para tais conclusões.
Identificando vermes pré-históricos
Vermes não têm ossos ou tecidos que se fossilizam facilmente e, portanto, é muito difícil encontrar fósseis inteiros desses animais. Dessa forma, os paleontólogos dependem principalmente de vestígios fósseis. Ou seja, alguma marca deixada no solo que se conserva ao longo de centenas de milhões de anos. Tendo isso em vista, os autores analisaram mais de 300 vestígios fósseis das tocas desses anelídeos marinhos.
A partir disso foi possível concluir que os bichos tinham um corpo segmentado, fino e em forma de um “L”. Pelas marcas deixadas na abertura e laterais das tocas, os autores também puderam concluir que o verme arrastava suas presas até o fundo da toca, o que causava desmoronamentos de areia, bloqueando parcialmente o buraco. Apesar das descobertas, ainda são necessários mais estudos para compreender a evolução desses vermes assassinos.
O artigo foi publicado no periódico Scientific Reports.