Com feições adoráveis que consquistaram a internet, as capivaras são os maiores roedores da Terra atualmente e também um dos mais amados. E, de acordo com o vaticano, elas definitivamente eram peixes!
As capivaras possuem corpo aredondado, patas curtas, pescoço volumoso e adoram tirar longos cochilos na beira dos rios. Devido a anatomia de seus olhos, orelhas e narinas, elas são exímias nadadoras. Além disso elas têm a capacidade de passar vários minutos submersas.
Na idade média, não era permitido comer a carne de certos animais durante a Quaresma — período que comemora quando Jesus Cristo passou 40 dias no deserto, segundo a Bíblia.
Após a colonização das Américas por colonos europeus, clérigos na Venezuela escreveram ao Vaticano para perguntar se essa nova criatura — que habita as margens dos rios e tem gosto de peixe — poderia ser classificada como um peixe, para que pudessem continuar a consumi-la durante o período da Quaresma.
O Vaticano concedeu o pedido em 1784, e o roedor recebeu o status de peixe. E os colonos puderam então consumi-las durante estes quarenta dias.
Desde então, os venezuelanos desenvolveram o gosto pelo roedor aquático gigante. A demanda tornou-se tão extraordinária que a caça ilegal já ameaçou acabar com a população. Com a ajuda de regulamentação governamental e a reprodução rápida da espécie, no entanto, as capivaras não estão mais ameaçadas de extinção.
“Embora a maioria das pessoas hoje em dia pense que a restrição é sobre comer carne, a restrição alimentar não era sobre mamíferos e aves versus peixes, mas sobre terra versus água”, explica a historiadora Dolly Jørgensen.
“Assim, outros animais que passavam o seu tempo na água qualificavam-se como aquáticos e podiam ser comidos na Quaresma”.
As capivaras não eram os únicos animais aquáticos a serem considerados peixes. Os castores também se enquadravam no subgênero “coisas que não são peixes que o Vaticano chama de peixe” e que podiam ser comidas durante todo o ano pelos católicos.