Uma Píton de 65 anos colocou ovos sem precisar acasalar com um macho

Ruth Rodrigues
(Imagem: Zoológico de Saint Louis)

No reino animal, para que seja criado descendentes, é necessário que os indivíduos, de ambos os sexos, se acasalem. No entanto, ao decorrer do tempo, e com uma idade já avançada, gerar filhos pode não ser mais possível. Porém, um caso bastante inusitado aconteceu na casa de répteis do zoológico de Saint Louis. Uma cobra Píton forte e independente, com 65 anos e há décadas sem ter contato com um macho, botou ovos.

Cobra põe ovos mesmo sem um parceiro

O comunicado foi divulgado por meio das redes sociais do zoológico, no qual relatou que os tratadores encontraram os ovos. Apesar de ter sido exposto somente agora, o caso aconteceu meados de julho, quando foram achados os 7 ovos. O fator que deixou todos do local espantados, foi o fato que, além de estar velha, a Píton Bola (Python regius), não tinha contato com um macho há mais de 15 anos.

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As pítons bola, conhecidas popularmente como pítons reais, são encontradas nas pastagens da África central e ocidental. Seu ciclo de vida dura, em média, de 30 anos, caso esteja em cativeiro. Dessa forma, essa Píton do zoológico de Saint Louis, já estava bastante velha, principalmente para ser progenitora de mais filhos.

ovos da píton de 65 anos
Píton põe sete ovos mesmo em idade avançada. (Imagem: Zoológico de Saint Louis)

Durante uma entrevista ao Associated Press, Mark Wanner, gerente de herpetologia do zoológico, foi questionado acerca dos ovos encontrados. Em todos os seus anos como profissional, nunca viu nada parecido, sendo “ela, definitivamente, a cobra mais velha que conhecemos na história”.

Após a divulgação dessa história inusitada, algumas especulações surgiram, em grande maioria, se não houve um momento na qual o macho não foi ao seu encontro ou o contrário. Porém, os especialistas que trabalham no zoológico afirmam que só há 2 hipóteses possíveis.

Píton se reproduz com 65 anos de idade

A primeira alternativa, na verdade, é vista pelos estudiosos, mais como uma estratégia da fêmea. Na qual essa espécie e alguns outros répteis, conseguem armazenar esperma para o processo de fertilização atrasada. Dessa maneira, a fêmea prolongará o momento de uma gestação, até que o momento mais conveniente, chegue.

A partenogênese é frequente em uma diversidade de plantas, bem como em insetos. Nos animais vertebrados, essa reprodução também não é considerada como um caso inédito. Determinadas espécies de pássaros, lagartos, raias, cobras e tubarões, também se reproduzem por meio da partenogênese.

ovos de uma cobra píton
Cientistas analisam e aguardam a eclosão dos ovos para ter uma confirmação do tipo de reprodução. (Imagem: Zoológico de Saint Louis)

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A segunda hipótese é que a fêmea tenha se reproduzido assexuadamente, em um processo conhecido como partenogênese facultativa. De forma sucinta, trata-se de um processo no qual, um óvulo não fertilizado tende a crescer e desenvolver embriões ‘normais’, mas sem a utilização de esperma.

Por mais que seja um acontecimento marcante e, até mesmo curioso, os profissionais revelam que a melhor opção é a velha reprodução sexuada. Assim, ocorrerá uma maior variabilidade genética entre a população de Píton e menores serão as chances de ter riscos. Após a eclosão dos ovos, serão realizados testes de DNA para descobrir se a reprodução ocorreu mesmo de forma assexuada, ou seja, sem a presença de um macho.

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