Aninhado em um canto de um estacionamento na província de Nara, no Japão, um pedaço inócuo de arbustos escondia um tesouro histórico. O que parecia ser apenas folhagem estava, na verdade, escondendo a tumba milenar de uma figura da elite, trazendo à luz um capítulo intrigante da história antiga.
A escavação arqueológica levou à descoberta de uma infinidade de artefatos. Depois de séculos enterrados sob o solo, duas espadas de ferro, pontas de flechas, itens equestres, joias de âmbar e vasos de barro ressurgiram, oferecendo uma visão inestimável do passado.
A pesquisa conduzida por especialistas da Universidade de Nara e do Conselho Municipal de Educação de Ikaruga revela que a câmara funerária de pedra data do final do século VI. A câmara mede aproximadamente 3,8 metros de comprimento, 1,6 metros de largura e 1 metro de altura.
O local dessa descoberta fica próximo ao templo Horyuji, um Patrimônio da Humanidade. Os arqueólogos estão escavando ativamente essa área desde 2022.
Curiosamente, o teto da tumba foi encontrado faltando, o que levou à especulação de que as pedras poderiam ter sido reaproveitadas para a construção do templo Horyuji e do palácio Ikaruga no início do século VII.
Naohiro Toyoshima, professor de arqueologia da Universidade de Nara e membro da equipe de pesquisa, declarou: “É possível que as pedras do teto tenham sido removidas para serem usadas na construção do templo Horyuji e do palácio Ikaruga, onde o príncipe Shotoku viveu com sua família”.
Ele ainda acrescentou: “Naquele momento, a câmara de pedra poderia ter sido enterrada junto com todos esses itens”.
Inicialmente, o local circular não parecia ser particularmente interessante. Ele media cerca de 8,5 metros de diâmetro e 1,5 metro de altura e estava coberto de arbustos. No entanto, os especialistas do conselho educacional há muito suspeitavam que os arbustos escondiam uma tumba antiga; eles se referiam a ela como o túmulo Funazuka kofun. Suas suspeitas foram confirmadas quando a escavação começou.
Um kofun é um túmulo onde pessoas influentes ou importantes eram enterradas. A tradição de enterrar pessoas em Kofun começou por volta do século III e durou cerca de 400 anos. Esses montes foram construídos apenas por indivíduos de alto escalão.
