Recentemente, um fotógrafo subaquático conseguiu fazer imagens do tubarão mais rápido do mundo, próximo à costa de Barcelona. Esta é a primeira vez em mais de dez anos que o tubarão-mako — uma espécie ameaçada de extinção que pode atingir velocidades de até 75 km/h — foi avistado no Mediterrâneo.
Este avistamento recente foi relatado ao largo da costa do Garraf, perto de Barcelona, por uma equipe de expedição. O fotógrafo submarino David Jara, que fez as imagens, disse que o tubarão estava nadando “calmamente” em águas abertas e media cerca de 2,5 metros de comprimento.
“Vimos uma grande sombra negra em movimento”, relatou ele. “Estávamos um pouco confusos. Mas de repente vimos algo protuberante do mar. No início pensamos ser um peixe-sol, mas logo percebemos uma barbatana dorsal. Então nos aproximamos, paramos a uma distância segura, e ele também se aproximou do barco. Foi impressionante”.
Embora Jara e seu colega Carlos Molina quisessem mergulhar na água a fim de se aproximarem deste incrível tubarão, eles rapidamente perceberam que poderia não ser muito seguro, e decidiram permanecer em seu barco.
Análises posteriores das filmagens revelaram que a criatura era, de fato, um tubarão-faqueiro em perigo de extinção — um tubarão mancha, em forma de fuso com um longo focinho cônico e uma boca cheia de dentes longos e esguios que se alimenta de peixes como arenque, cavala, espadarte e pequenos cetáceos. Os adultos — conhecidos por suas qualidades de combate e capacidade de saltar repetidamente para fora da água — podem medir até 4,5 metros de comprimento e pesar mais de 500 quilos.
A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) listou esta espécie de tubarão como ameaçada de extinção desde 2019. A demanda por sopa de barbatanas de tubarão, particularmente em países asiáticos, tem esgotado significativamente suas populações, com cientistas estimando que aproximadamente 100 milhões de tubarões são mortos a cada ano na pesca comercial. Além disso, seu crescimento lento, maturidade tardia e gestação prolongada os colocou em risco de pesca excessiva, levando a uma redução de 99,9% em sua população global desde o século 19.
Segundo Claudio Barria, biólogo marinho do Instituto de Ciências Marinhas de Barcelona, este recente avistamento é um bom sinal para o ecossistema mediterrâneo, oferecendo novas esperanças de que talvez a destruição desenfreada que estes tubarões enfrentaram durante o século passado esteja prestes a parar, e sua população poderá aumentar mais uma vez.