Um casal de terraplanistas italianos, convencido de que o planeta é plano, partiu em uma viagem desastrada de barco para encontrar o que, na mente deles, seria o “fim do mundo”, a borda da ‘Terra plana’.
Parece piada, mas não é. E quem relata o caso é o porta-voz do Ministério da Saúde italiano, o médico Salvatore Zichichi.
O caso aconteceu há três meses, mas Salvatore decidiu contá-lo agora, como relata o jornal italiano La Stampa. Salvatore contou que está acostumado a lidar com migrantes em apuros em alto mar, já que seu trabalho está relacionado à administração da guarnição da costa de Palermo, e não esperava por terraplanistas.
“Os dois deixaram Vêneto durante o lockdown para Lampedusa, violando todas as restrições. Em Termini Imerese, perto de Palermo, eles venderam o seu carro e compraram um pequeno barco, determinados a se dirigir para a ilha.”
A viagem, contudo, terminou em Ústica, onde chegaram cansados e com sede, depois de terem pegado o caminho errado, correndo riscos de naufrágio.
“O engraçado é que eles estavam se orientando com uma bússola, um instrumento que funciona com base no magnetismo terrestre, um princípio que eles [os terraplanistas] deveriam rejeitar”, ironiza Salvatore.
Os terraplanistas deram trabalho às autoridades locais.
Após chegarem à Ústica, as autoridades não sabiam o que fazer com eles, já que toda a Itália estava sob lockdown e somente sob autorização poderia-se chegar até lá. Após discussão, o prefeito e a guarda da cidade decidem escoltar o pequeno barco até Palermo e os dois inexperientes marinheiros são submetidos a uma quarentena preventiva de quinze dias no próprio barco. Até que uma manhã eles tentam escapar. Duas vezes.
Devido à inexperiência do casal em navegar, o barco dirigia-se a um destino incerto e a passos de tartaruga, o que facilitou a abordagem da Guarda Costeira e a escolta até a costa. Após um tempo, o casal tentou arriscar uma nova fuga que acabou terminando na casa de um homem.
Depois de todo o trabalho causado às autoridades italianas, o casal cumpriu uma nova quarentena e foi obrigado a abandonar o barco num porto e seguir a viagem de volta a Vêneto por terra.