Temperaturas globais atingirão níveis sem precedentes nos próximos 5 anos

Felipe Miranda
Imagem: Pixabay

O mundo está tendo suas temperaturas médias anuais cada vez mais altas. Para o planeta, um aumento de um grau Celsius em um século é um grande efeito, dado o tamanho do ambiente como um todo. E bom, haverá um aumento ligeiramente maior em pouco tempo, quando comparado aos níveis pré-industriais.

Um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) diz que 2023 pode ser o ano mais quente já registrado. Na verdade, para ser mais exato, entre 2023 e 2027, pelo menos um dos anos deve bater o recorde.

Além disso, conforme diz um comunicado da OMM, “Há uma probabilidade de 66% de que a temperatura média anual próxima à superfície global entre 2023 e 2027 fique mais de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais por pelo menos um ano”.

Há, também, uma probabilidade de 98% de que pelo menos um dos cinco anos entre 2023 e 2027 seja o mais quente já registrado. Até o momento, o ano mais quente já registrado é 2016.

“Este relatório não significa que excederemos permanentemente o nível de 1,5°C especificado no Acordo de Paris, que se refere ao aquecimento de longo prazo ao longo de muitos anos. No entanto, a OMM está soando o alarme de que ultrapassaremos o nível de 1,5°C temporariamente com frequência crescente”, disse o secretário-geral da OMM (Organização Meteorológica Mundial), Prof. Petteri Taalas no comunicado.

Há um El Niño a caminho, e isso pode representar um aumento ainda maior na temperatura. O início do El Niño foi anunciado em 8 de junho de 2023 e se estenderá até 2024.

“Espera-se que um El Niño de aquecimento se desenvolva nos próximos meses e isso se combinará com a mudança climática induzida pelo homem para empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido”, disse Taalas. “Isso terá repercussões de longo alcance para a saúde, segurança alimentar, gestão da água e meio ambiente. Precisamos estar preparados”.

A situação deve, ainda piorar futuramente.

“Prevê-se que as temperaturas médias globais continuem a aumentar, afastando-nos cada vez mais do clima a que estamos habituados”, disse o Dr. Leon Hermanson, cientista especialista do Met Office que liderou o relatório.

Sobre argumentos como “mas está fazendo frio no inverno”, o aumento na temperatura nos diversos locais é desproporcional.

“O aquecimento do Ártico é desproporcionalmente alto. Em comparação com a média de 1991-2020, prevê-se que a anomalia de temperatura seja mais de três vezes maior do que a anomalia média global quando calculada a média dos próximos cinco invernos prolongados do hemisfério norte”, diz o comunicado da OMM.

Assim, as diferentes regiões do mundo podem ser afetadas com pesos diferentes.

“As temperaturas próximas à superfície em 2023 provavelmente serão mais altas do que a média de 1991-2020 em quase todas as regiões, exceto Alasca, África do Sul, Sul da Ásia e partes da Austrália. Partes do Oceano Pacífico Sul provavelmente serão mais frias do que a média. A habilidade é estimada a partir de retrospectivas como média ou alta na
maioria das regiões, dando uma confiança média a alta na previsão”, diz o relatório.

“Para a mesma estação, prevê-se que a pressão ao nível do mar seja anormalmente baixa sobre o Mediterrâneo e países vizinhos, e alta sobre o continente marítimo e países vizinhos […] As previsões de precipitação mostram anomalias úmidas no Sahel, norte da Europa, Alasca e norte da Sibéria, e anomalias secas para esta temporada na Amazônia e no oeste da Austrália”, diz outro trecho do documento.

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