Sistemas planetários podem suportar até 7 planetas habitáveis

Felipe Miranda
Sistema Trappist-1. (Créditos da imagem: NASA / JPL).

Conhecemos mais de 4 mil exoplanetas, ou seja, planetas fora do sistema solar, dos quais, um número maior do que pensávamos pode suportar vida. Aparentemente, estrelas podem suportar até 7 planetas habitáveis.

Geralmente consideramos a quantidade de planetas habitáveis, considerando todos os exoplanetas conhecidos, com estimativas mais baixas, já com o intuito de não ser otimista demasiado, e ser mais realista. 

No nosso sistema solar, por exemplo, há apenas um planeta habitável: a Terra. Conforme esse estudo, entretanto, um número mais elevados na zona habitável de um sistema solar são seria tão impossível.

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O estudo foi publicado no periódico The Astronomical Journal, e foi liderado por Stephen Kane, da Universidade da Califórnia, localizada em Riverside, Califórnia, nos Estados Unidos. 

Em busca dos planetas

Kane partiu nesta missão quando pensava sobre o Trappist-1, conforme relata em um comunicado. O Trappist-1 ficou famoso há alguns anos por ter três planetas parecidos com a Terra, e potencialmente habitáveis.

“Isso me fez pensar sobre o número máximo de planetas habitáveis ​​que uma estrela pode ter e por que nossa estrela só tem um. Não parecia justo!”, relata Kane no comunicado da universidade.

Ele e sua equipe, então, passaram a criar algumas simulações computacionais, mapeando diversos planetas interagindo gravitacionalmente entre si, com diversos cenários distintos.

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Eles perceberam que algumas estrelas podem suportar até sete planetas em sua zona habitável, seis com água líquida. Mas isso se não houverem gigantes gasosos, como Júpiter ou Saturno naqueles sistemas.

Isso tudo na teoria. Ademais, um número maior de planetas não é possível. “Mais de sete, e os planetas ficam muito próximos um do outro e desestabilizam as órbitas um do outro”, diz Kane.

Kane também culpa Júpiter por não deixar que outros planetas, como Marte, ficassem na zona habitável. Sozinho, Júpiter possui mais de 2,5 vezes a massa de todos os outros planetas somados.

Cada estrela é uma estrela

Essa quantidade de planetas depende também dos tipos das estrelas. Estrelas mais quentes terão zonas habitáveis maiores, por exemplo. Estrelas menores e mais frias, como o Sol, por outro lado, possuem zonas habitáveis bem menores.

As estrelas com maior capacidade de planetas na zona habitável são as estrelas do tipo O, B e A, as maiores estrelas pela classificação estelar, como mostra a imagem abaixo. O Sol é uma estrela do tipo G.

Morgan Keenan spectral classification
Classificação estelar Morgan–Keenan (MK). (Créditos da imagem: Wikime

Um ponto que ajuda nessa quantidade, também, é o fato de que, apesar de ser uma elipse, as órbitas dos planetas não são muito achatadas. Na verdade, órbitas de planetas são quase redondas – isso ajuda a prevenir choques em uma zona habitável com muitos planetas.

Agora, alguns projetos, como o  Habitable Exoplanet Observatory (HabEx), da NASA, terão como principal alvo as estrelas que possam ter vários planetas pequenos como a Terra em sua zona habitável.

Um dos sistemas mais promissores, é o da estrelas Beta CNv, a 27 anos-luz da Terra, uma distância relativamente curta. Por não possuir um planeta como Júpiter, é um bom lugar para começar a testar as ideias do estudo.

“Medindo as propriedades dos exoplanetas cujas vias evolutivas podem ser semelhantes às nossas, obtemos uma prévia do passado e do futuro deste planeta – e o que devemos fazer para manter sua habitabilidade”, diz Kane.

O estudo foi publicado no The Astronomical Journal. Com informações de Universe Today e Universidade da Califórnia.

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