Cerca de 876,5 quilômetros quadrados (km²) da Amazônia Legal estiveram sob alerta de desmatamento em outubro, revelam dados do sistema Deter-B, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta sexta-feira (12/11).
Trata-se da maior área para o mês desde o início da série histórica do sistema, iniciada em 2015. O desmatamento avançou 5% em comparação a outubro do ano passado, quando a área sob alerta era de 835 km².
Na prática, a área desmatada em outubro na Amazônia Legal, segundo o sistema de avisos do Inpe, equivale a duas vezes o tamanho do Plano Piloto. A região administrativa do Distrito Federal tem 437,20 km², mostra registro do Diário Oficial do DF (DODF).
Avisos de desmatamento na Amazônia Legal:
- Outubro de 2015: 536,35 km²
- Outubro de 2016: 749,78 km²
- Outubro de 2017: 439,52 km²
- Outubro de 2018: 526,16 km²
- Outubro de 2019: 555,27 km²
- Outubro de 2020: 835,72 km²
- Outubro de 2021: 876,56 km²
“Enquanto o governo federal tenta vender o Brasil como potência verde na COP26, a verdade é que o desmatamento em outubro bateu mais um recorde e vem sendo impulsionado pela política antiambiental do presidente, do Ministério do Meio Ambiente com apoio de parte do Congresso Nacional”, diz Rômulo Batista, porta-voz da campanha Amazônia, do Greenpeace.
“Assinar ou endossar os diferentes planos e acordos não muda a realidade do chão da floresta”, complementa ele.
A Amazônia Legal possui uma superfície aproximada de 5.015.067,75 km², correspondente a cerca de 58,9% do território brasileiro. A região é composta por 772 municípios distribuídos em nove estados: Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
Os alertas de desmatamento em outubro se concentraram no Pará, com 501 km² (57% do total); Amazonas, 116 km² (13% do total); e Mato Grosso, com 105 km² (12% do total).