Para quem nunca tentou fazer cachorros reproduzirem, a cena durante e pós-sexo pode ser chocante: eles ficam “grudados” um no outro, virados em posições opostas, como se estivessem presos. Isso faz alguns se perguntarem por que cachorros ficam grudados durante o sexo, algo que pode parecer anormal para quem nunca viu a cena pela primeira vez.
Mas isso é algo bem comum no mundo canino, e faz parte da sua história evolutiva. Recebe, inclusive, um nome médico, chamado de “laço copulatório”. Isso acontece porque uma seção do tecido erétil na base do pênis do macho, chamado de bulbo, fica inchado com sangue.
Isso acontece depois que o pênis está dentro da fêmea, e ocorre devido aos movimentos do macho durante o processo de acasalamento. O bulbo incha rapidamente, e então fica com duas vezes o diâmetro do resto do pênis. Como resultado disso, acaba ficando preso na vagina da fêmea.
Ao mesmo tempo, os músculos circulares na entrada da vagina da fêmea se contraem, prevenindo que o pênis saia. Assim, o laço é feito entre os dois, prendendo ambos um no outro.
Por que cachorros ficam grudados durante o sexo e qual o papel do laço copulatório?
Para entender isso, é importante analisar o comportamento dos cães durante a reprodução. Normalmente, ele começa quando o macho cheira a fêmea, para conferir se ela está no cio, ou receptiva à reprodução. Ela também pode demonstrar isso ao virar sua bunda na direção dele e colocar a cauda para o lado.
Depois que o cão monta nela e começa a se mover, ele tem uma ejaculação primária, onde um pré-esperma é lançado. Só então é que o bulbo incha, e que os músculos da fêmea se contraem. Isso forma o laço copulatório, prendendo os cães juntos. Nesse momento, o macho para de se mover e ejacula o esperma na fêmea.
Depois de desmontar, mas ainda no laço, o macho finalmente ejacula o pós-esperma. Isso pode durar de 5 a 30 minutos.
Após ejacular, os cães ficam numa posição de 180 graus, virados para direções opostas. Mas o pênis do macho ainda está “preso” dentro da fêmea. Eles podem permanecer nessa posição por mais de meia hora.
A perspectiva evolutiva
Todo tipo de animal teve que se adaptar e evoluir em busca de uma chance melhor de reproduzir. Os gatos, por exemplo, se tornam férteis a cada 21 dias, o que lhes dá várias oportunidades de reproduzirem durante o ano.
Contudo, as cachorras só ficam férteis duas vezes ao ano, o processo que conhecemos como “cio”. Por isso, os cães precisam garantir que, nessas poucas oportunidades, vão conseguir reproduzir com sucesso. Isso originou, então, a evolução do laço copulatório.
Quando estão presos um no outro, durante e após a ejaculação, o laço prende o esperma dentro da fêmea. Isso aumenta as chances dele alcançar e fertilizar os óvulos, para assim produzir os filhotes.
Na maioria das vezes, o laço dura de 5 a 15 minutos, mas pode ir um pouco além. Para os cães que estão reproduzindo pela primeira vez, o processo pode ser um pouco estressante. Para os que já tem um vida sexual mais ativa, todavia, isso não será uma surpresa.
O laço copulatório aumenta as chances de gravidez, mas não é uma garantia. Além disso, ele é uma parte natural do processo reprodutivo dos cães, então você não deve tentar separá-los quando isso acontecer.
Apenas deixe que a natureza faça o seu trabalho e tudo ocorrerá bem.
