Divulgadas imagens do Polo Norte de Ganímedes, a Lua de Júpiter

Erik Behenck
Polo Norte de Ganímedes. Essas imagens foram feitas no dia 26 de dezembro de 2019. Foto: NASA / JIRAM.

A sonda espacial Juno, da NASA, voou próximo ao Polo Norte de Ganímedes, tratado como o nono maior corpo celeste do Sistema Solar. Foram captadas imagens infravermelhas que forneceram um mapeamento da gigante fronteira norte dessa lua de Júpiter. Aliás, ela é maior do que o planeta Mercúrio, formada principalmente por gelo.

Os pesquisadores acreditam que Ganímedes pode fornecer pistas essenciais para conhecer a formação e a evolução das 79 luas de Júpiter. Além disso, ela é a única do Sistema Solar que possui o seu próprio campo magnético.

Ganímedes e seu campo magnético

Em 1996, a nave espacial Galileo voou pela primeira vez perto da lua de Júpiter, em Ganímedes. Os campos e os instrumentos de partículas a bordo revelaram que esta lua tinha um campo magnético significativo que produzia sua própria magnetosfera.

O instrumento de ondas de plasma registrou amostras de forma de onda até 80kHz que revelaram estruturas magnetosféricas clássicas.

Aqui na Terra o campo magnético desenvolve um caminho para o plasma entrar em nossa atmosfera e criar a aurora. Mas, como em Ganímedes não existe atmosfera, constantemente “chove” plasma em seus polos. E isso traz um efeito incrível para o gelo dessa lua.

Conheça o Polo Norte de Ganímedes

O gelo próximo aos polos de Ganímedes é amorfo, ou seja, ele não possui forma determina entre sólido e líquido. Isso acontece porque partículas carregadas seguem as linhas do campo magnético da lua até os seus polos, trazendo estragos para o gelo e impedido que ele tenha uma estrutura definida. Assim, o gelo é diferente do encontrado no equador dessa lua.

Primeiras imagens do Polo Norte de Ganímedes
Essas imagens que o instrumento JIRAM a bordo da sonda Juno da NASA tirou em 26 de dezembro de 2019, fornecem o primeiro mapeamento infravermelho da fronteira norte de Ganimedes. As moléculas de água congelada detectadas nos dois pólos não têm uma ordem apreciável para seu arranjo e uma assinatura infravermelha diferente do gelo no equador. Créditos: NASA / JPL-Caltech / SwRI / ASI / INAF / JIRAM

“Os dados do JIRAM mostram que o gelo no Polo Norte de Ganímedes e ao redor foi modificado pela precipitação de plasma”, disse Alessandro Mura, co-investigador da Juno no Instituto Nacional de Astrofísica de Roma. “É um fenômeno que pudemos aprender pela primeira vez com Juno porque conseguimos ver o Polo Norte em sua totalidade”, comentou.

O Jovian Infrared Mapor Auroral (JIRAM)

O JIRAM foi projetado para capturar a luz infravermelha nas profundezas de Júpiter analisando as camadas climáticas de 50 a 70 quilômetros abaixo das nuvens de Júpiter. Além disso, o equipamento também permite analisar as luas Europa e Calisto.

O JIRAM captou 300 imagens infravermelhas da superfície de Ganímedes. Isso foi possível já que a NASA sabia que no dia 26 de dezembro o topo da lua estaria à vista de Juno, numa distância de 100 mil quilômetros.

Polo Norte de Ganímedes
O pólo norte de Ganímedes pode ser visto no centro desta imagem anotada tirada pelo imageador infravermelho JIRAM a bordo da sonda Juno da NASA em 26 de dezembro de 2019. A linha grossa tem 0 graus de longitude. (Créditos: NASA / JPL-Caltech / SwRI / ASI / INAF / JIRAM)

As descobertas feitas por Juno e JIRAM devem ajudar a próxima missão, a JUpiter ICy, que será conduzida pela Agência Espacial Europeia (ESA), programada para começar nos próximos anos. Assim, é esperado que a partir de 2030 uma nova sonda passe por Ganímedes, Calisto e Europa.

Com informações da NASA.

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