A Terra é o antro de toda a vida conhecida do planeta. Mas isso não significa que a Terra seja o único planeta que hospeda vida no universo. Agora mesmo estamos buscando por vida em Vênus, além dos olhares voltados para Marte e as luas de Júpiter e Saturno, como Europa e Titã. Além disso, podemos já conhecer planetas com condições melhores para a vida do que a própria Terra.
A ideia foi proposta por um trio de pesquisadores em um estudo publicado no periódico Astrobiology, liderados por Dirk Schulze-Makuch, da Technische Universität Berlin, Alemanha. Eles argumentam que planetas um pouco mais quentes (em relação à temperatura média), um pouco mais úmidos e um pouco mais velhos, melhores do que a Terra.
“Argumentamos que poderia haver regiões do espaço de parâmetros astrofísicos de sistemas estrela-planeta que poderiam permitir que os planetas fossem ainda melhores para a vida do que a nossa Terra”, dizem os pesquisadores no artigo. Eles explicam que é possível criar uma lista restrita, com 24 contendores principais entre os mais de 4.000 exoplanetas potencialmente habitáveis conhecidos.
Novas oportunidades, novas necessidades
A ideia principal é criar um filtro. Conhecemos muitos planetas parecidos com a Terra. Mas por onde começar? Então, com uma pré-filtragem com base em evidências confiáveis do que torna um planeta mais ou menos potencialmente habitável, há uma facilidade maior. Portanto, há uma necessidade da busca por destaques.
Por exemplo, muitos planetas, embora estejam nas zonas habitáveis de suas estrelas, apresentam condições extremas de mais. “Com os próximos telescópios espaciais chegando, teremos mais informações, por isso é importante selecionar alguns alvos”, explica Schulze-Makuch em um comunicado.
“Temos que nos concentrar em certos planetas que têm as condições mais promissoras para uma vida complexa”
Mas Schulze-Makuch acrescenta os cuidados necessários para com os nossos vieses, em relação à Terra. “No entanto, temos que ter cuidado para não ficar preso à procura de uma segunda Terra porque pode haver planetas que podem ser mais adequados para a vida do que o nosso”, completa o cientista.
Schulze-Makuch é geobiólogo, e sua especialidade é habitabilidade planetária. Ele se uniu, para o estudo, com René Heller e Edward Guinan, ambos astrônomos. Dentre 4.500 planetas que apresentavam características de habitabilidade, a ideia era selecionar aquele super-habitáveis.
Buscando por condições melhores para a vida
Os planetas potencialmente habitáveis são, geralmente, classificados de uma forma grosseira, no bom sentido da palavra. Trata-se de uma classificação generalista. Estar na zona habitável significa apenas estar em uma região onde o planeta recebe uma quantidade moderada de radiação. A radiação precisa ser o suficiente para manter a água líquida em condições de pressão semelhantes à Terra.
Os pesquisadores, então olharam para novos pontos. Algumas estrelas morrem muito rápido – as muito grandes. Eles deviam, então, olhar para estrelas mais velhas. O Sol possui 4,5 bilhões de anos, e está na metade de sua vida. Na classificação estelar, o ideal seria uma estrela do tipo K (o sol é uma estrela G).
Menores e mais frias do que o Sol, a vantagem das estrelas K é que elas são capazes de viver por muito tempo – entre 20 e 70 bilhões de anos. Já que o Sol viverá 10 bilhões, elas vivem pelo menos o dobro do que o Sol. Isso oferece um maior tempo e oportunidades para que a vida surja, além de oferecer um maior tempo para o desenvolvimento dessa vida.
Um planeta um pouco maior do que a Terra, cerca de 1,5 vezes o tamanho, também seria mais vantajoso. Um planeta maior possui, então, uma capacidade maior de manter a atividade geológica em funcionamento por um tempo um pouco mais longo. A atividade geológica exerce funções importantes, dentre a criação de um campo magnético para a proteção de radiação, aquecimento de fontes hidrotermais para a retirada de energia, etc.
O estudo foi publicado no periódico Astrobiology. Com informações de Live Science e Washington State University News.