Pequena suculenta tem a aparência de um “bumbum de neném”

Damares Alves
Imagem: Alamy

É na vastidão das paisagens sul-africanas que encontramos uma pequena maravilha da natureza, cujo nome peculiar tem arrancado sorrisos de muitos entusiastas da botânica. Conhecida como “bumbum-de-neném” (Gibbaeum heathii), essa suculenta de forma agrupada e não mais alta do que 6 centímetros, tem causado furor e diversão no mundo das plantas.

Um olhar mais próximo

As folhas da Gibbaeum heathii são globulares e lisas, com as mais antigas protegendo o novo crescimento na base e cobrindo os caules. Uma das características mais charmosas dessa planta é a forma como suas folhas mudam de cor. Normalmente de um cinza esverdeado, as folhas antigas podem adquirir um tom rosado quando novas folhas brotam.

Paul Rees, gerente do viveiro do Royal Botanic Gardens, Kew, em Londres, explica esse fenômeno. “Se as plantas recebem muita luz, elas se avermelham para ajudar a protegê-las de queimaduras solares. Além disso, se houver falta de água por um período prolongado, elas podem se avermelhar para ajudá-las a lidar com o estresse hídrico.”

image 8
Imagem: kerstentravel.com

Um lar único e ameaçado

A Gibbaeum heathii é nativa da Klein Karoo na província do Cabo Ocidental da África do Sul. Neste lugar único, as plantas crescem entre pedras quartzíticas, que refletem o calor, criando um clima mais fresco para elas. A Klein Karoo é um vale de 40 a 60 quilômetros de largura e 350 quilômetros de comprimento, cercado por montanhas e com poucas chuvas anuais.

Este vale faz parte do Bioma Succulent Karoo da África do Sul, um dos habitats de suculentas mais ricos e diversos do planeta. Com cerca de 3.200 espécies de plantas encontradas na Klein Karoo – 400 delas únicas neste local – o local é verdadeiramente um ponto quente de biodiversidade.

Infelizmente, muitas dessas espécies estão sob ameaça devido à coleta ilegal para o comércio hortícola, ao excesso de pastoreio por animais de criação e às mudanças climáticas. Estima-se que a região sofrerá um aumento da seca no próximo século, o que pode ter consequências graves para as plantas desta região tão rica em biodiversidade.

Compartilhar