Países socialistas do mundo contemporâneo

Dominic Albuquerque
Xangai, maior cidade da China e um núcleo financeiro global, apesar de fazer parte de um país "socialista". Imagem: Pixabay

Menos de cinquenta anos atrás, o número de países socialistas no planeta era muito maior do que é hoje. Metade da Europa e quase toda a Ásia viviam sob regimes socialistas, como os da União Soviética, que incluía, dentre outros, a Rússia, Belarus, Ucrânia, Armênia, Estônia, Geórgia, Cazaquistão, Lituânia e Moldávia.

Hoje, países como a Estônia e Lituânia são abertamente capitalistas, além de fazerem parte da União Europeia.

Países socialistas buscam se alinhar com o socialismo, identificando-se com o termo.

Hoje em dia, contudo, não há apenas um critério para a identificação “socialista”, pois há países que o seguem mais à risca, tendo apenas um governo controlando tudo, como em Cuba e Coreia do Norte, enquanto outros apenas o tomam como referência, ou buscam uma aplicação social-democrata das políticas estatais, como na Noruega e Espanha. Assim, executam políticas sociais que funcionam concomitantemente ao mercado e ao regime democrático.

Conheça abaixo alguns dos países socialistas (ou de referência socialista) do mundo atual.

Países autodeclarados socialistas

  1. China
  2. Coreia do Norte
  3. Cuba
  4. Vietnã
  5. Laos

Há poucos países puramente socialistas, no sentido mais técnico e histórico do termo, atualmente. E mesmo dentre eles, como a China, o socialismo é algo que se configura, hoje, com características próprias ao país onde está inserido, sendo por vezes nomeado como “socialismo de mercado”.

A China decolou como uma das potências globais em poucas décadas, num período de trinta anos, se tornando a segunda maior economia do mundo, em concorrência direta com os Estados Unidos. Hoje, a maioria dos países do mundo tem a China como principal parceiro comercial, ainda que o país não tenha uma boa política de soft power, o que dificulta a sua popularidade em termos culturais e sociais mundo afora.

A China era quase completamente socialista antes de abrir sua economia para o resto do mundo, nos anos 1970. Seja um “socialismo de mercado” ou um “capitalismo de estado”, a China se destaca por ter um sistema único e próprio, desenvolvido no país ao longo de todo o século XX, dando frutos na conjuntura atual.

Apesar da visão teórica do comunismo, de uma igualdade tão pura que torna os governos desnecessários, os países socialistas (ou “comunistas”) de hoje possuem governos fortes e opressores, que mantêm um forte controle da sua população. Não há regime democrático, e apenas um partido toma as decisões.

A Coreia do Norte, por exemplo, é uma ditadura onde o governo controla todos os aspectos da vida dos cidadãos.

Países com referências socialistas

Apesar das falhas históricas na execução do socialismo, a teoria e a prática puderam desenvolver regimes social-democratas, que buscam referências socialistas dentro de um sistema democrático. Alguns desses países conseguiram alcançar impressionantes níveis de desenvolvimento, como a Dinamarca e Noruega.

Outros não são exatamente socialistas, mas com governos mais alinhados à esquerda, e onde políticas tidas como “socialistas” são algo comum, como em Portugal e na Espanha.

A Suécia, por exemplo, é uma monarquia constitucional, onde o poder efetivo se encontra nas mãos de representantes eleitos pela população. É um dos países nórdicos, que segue o Modelo Nórdico implementado em sua economia social. A Suécia tem constantes índices elevados em diferentes rankings de tecnologia, competitividade e desenvolvimento humano.

O país, assim como outros vizinhos nórdicos (Finlândia, Noruega, Islândia e Dinamarca) demonstra que é possível ter políticas sociais e uma presença estatal funcional ao lado de um mercado saudável e bem consolidado – um caminho do meio, de certa forma.

Bélgica, Irlanda e Holanda também são países com fortes políticas sociais. Por outro lado, também há países considerados como “socialistas” ou “social-democratas” que ainda não se desenvolveram, como Bangladesh, Guiana, Nicarágua, Sri Lanka e Tanzânia, o que denota que há uma série de questões complexas concernentes ao desenvolvimento de uma nação, indo além da sua identificação ou referência política, social e econômica, como questões étnicas, históricas e religiosas.

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