De acordo com novas pesquisas, os padrões de pelagem dos cachorros atuais, que estamos familiarizados, datam de 2 milhões de anos. Na verdade, nenhum cão é igual ao outro, eles variam em tamanho, personalidade, formas e temperamentos, mas não fica apenas nisso.
Os padrões de pelagem também se diferem, e são mais complexos do que qualquer pessoa pode imaginar. “Enquanto pensamos sobre toda essa variação na cor da pelagem entre os cachorros, parte disso aconteceu muito antes dos ‘cães’ serem cães”, disse a professora Danika Bannasch, co-autora do estudo, publicado na Nature Evolution and Ecology, em um comunicado.
“A genética acabou sendo muito mais interessante porque nos diz algo sobre a evolução dos canídeos”, completou ela. Bannasch investigou variações no gene da proteína de sinalização agouti (ASIP), determinante para coloração da pelagem em outros mamíferos, controlando a produção de pigmento amarelo.
Assim como o pigmento amarelo, cães (e lobos) produzem pigmento preto, e o amálgama único dos dois é o que forma os padrões de pelagem. Em uma análise comparativa, apenas duas mutações no gene ASIP dão origem para cinco padrões de cores diferentes, ou seja, as possibilidades são infinitas. Estes padrões são: amarelo dominante, amarelo sombreado, agouti (faixas de pigmentos de cores diferentes em um único cabelo), sela preta e dorso preto.
Estudos revelam padrões de pelagem presentes na domesticação dos cães
Outras pesquisas que exploram os padrões de pelagem dos cachorros, apontaram que o ‘amarelo dominante’ é muito antigo, pois surgiu há 300.000 anos. Neste período, os cães ainda não eram domesticados. Estudos sobre cachorros e lobos do passado, confirmam que os genes responsáveis tinham cerca de dois milhões de anos, sendo assim, não foram herdados dos lobos cinzentos modernos.
“[O amarelo dominante] não veio dos lobos modernos. Já existia há muito mais tempo”, disse Bannasch, ainda surpresa com as descobertas. Ao invés disso, o padrão de DNA ASIP dos cães amarelos “provavelmente se originou de um canídeo extinto que divergiu dos lobos cinzentos há mais de 2 milhões de anos”.
No início da domesticação dos cachorros, o padrão do dorso preto já estava presente, pois cientistas encontraram essa tonalidade em um cão de 9.500 anos.
“Nossos resultados mostram a introgressão, a história demográfica e o legado genético dos padrões de pelagem que canídeos extintos desempenharam na formação da diversidade em cães e lobos cinzentos modernos”, concluiu ela.