Já virou clichê dizer que os cientistas conseguem observar acontecimentos do espaço, desde pequenos incêndios até as baleias encalhadas. Agora, eles avistaram ovos de camarão, animais muito menores que as gigantes do mar. Um professor da Universidade do Sul da Flórida, Chuanmin Hu, e seus colegas descobriram como detectar alguns pequenos objetos a quilômetros de distância.
Como ocorreu a identificação dos ovos de camarão?
Ainda não é possível ampliar as imagens de satélite a ponto de visualizar estruturas tão pequenas pelo oceano. Então, para solucionar esse problema, os pesquisadores utilizaram o conceito de comprimento de onda da física. “Toda matéria flutuante [no mar] tem sua impressão digital”, explicou Hu para a Hakai Magazine.
Assim, com base na teoria que cada objeto reflete um comprimentos de onda específico, os cientistas identificaram os padrões de algumas substâncias, através do método da espectroscopia. Isto é, Hu e seus colegas visualizam um objeto, ou animal, e se a reflexão dos seus comprimentos de onda correspondiam a qualquer um analisado anteriormente, como num banco de dados.
No entanto, muitas vezes a confirmação do objeto demorava, porque a equipe precisa analisar de perto a amostra e confirmar sua identidade. Numa dessas análises, por exemplo, a equipe confirmou uma suspeita de que manchas brancas filamentosas no Great Salt Lake, vistas em imagens de satélite, eram acumulações maciças de ovos de artêmia apenas presencialmente.
Qual o impacto de explorar objetos do espaço?
Além de estimular descobertas sobre animais a distância, como os ovos de camarão, os cientistas também esperam avaliar lixo plástico nos oceanos. “A ideia principal é criar um algoritmo que possa detectar o lixo plástico”, diz Konstantinos Topouzelis, cientista ambiental da Universidade do Egeu, na Grécia. Dessa forma, será possível direcionar esforços para locais em situação de calamidade.
Contudo, há um desafio ainda maior nesse reconhecimento de plástico com imagens de satélite, uma vez que o material agregar e dispersar rapidamente nos oceanos. Assim, Topouzelis e seus alunos vêm implantando e analisando alvos específicos, como sacolas de compras e redes de pesca, feitas de vários materiais. Enquanto outra equipe, da Universidade Técnica Nacional de Atenas, na Grécia, direcionam esforços em coletar imagens de satélite que correspondem a essas acumulações plásticas conhecidas.