Os oceanos absorvem uma quantidade absurda de calor que vem do sol. Contudo, conforme o efeito estufa progride, a quantidade de energia térmica no mar vai aumentando progressivamente. Desde que há registros, os anos de 2017, 2018 e 2019 foram aqueles em que o oceano absorveu mais calor. No entanto, estudos mostram que 2020 acabou de entrar para essa lista também. Pesquisadores usaram sondas aquáticas para monitorar as temperaturas das águas superficiais do oceano (até 2000 metros de profundidade)ao redor do mundo. O estudo, disponível no periódico Advances In Atmospheric Sciences, mostrou que as águas oceânicas absorveram 20 sextilhões de joules a mais do que em 2019.
De acordo com o estudo, aliás, a quantidade de calor no mar no ano de 2020 foi mais de 200 sextilhões de joules maior do que a média de todos os anos entre 1981 e 2010. Esses dados mostram, segundo os autores, como a temperatura global, sobretudo no mar, continua subindo drasticamente. Estudos mais conservadores, feitos posteriormente, sugeriram que o aumento teria sido de apenas 1 sextilhão de joules entre 2019 e 2020. De qualquer forma, os prejuízos ainda são difíceis de quantificar. Ademais, 2020 continua sendo o ano no qual os oceanos ao redor do mundo absorveram mais calor gerado pelo efeito estufa.
Derretimento de geleiras pelo calor no oceano
A quantidade de calor do oceano influencia, claro, a temperatura da água. Diversos casos de derretimentos de geleiras e desprendimentos de icebergs gigantes vêm acontecendo nas últimas décadas. Esse processo tende a ficar ainda mais intenso nos próximos anos, caso o padrão de aquecimento siga crescendo, como ocorreu em 2020. Isso pode acarretar ainda mais derretimento de gelo nos polos sul e norte, causando uma elevação drástica do nível do mar, temperatura global e perda de ecossistemas riquíssimos no mundo todo.