NASA cria uma escala para identificar possíveis formas de vida extraterrestre

Mateus Marchetto
Imagem: Andreas H. / Pixabay

De vez em quando, notícias sobre possíveis evidências de formas de vida alienígenas viralizam aqui e ali na internet. Todavia, por mais que seja difícil de se conformar, ainda não há nenhuma evidência concreta de que existam organismos originários de outros planetas no cosmos. As probabilidades indicam, ainda assim, que podemos encontrar aliens, e talvez não demore muito.

Para tornar esse processo mais fácil, a equipe de Astrobiologia da NASA acaba de compor uma escala para nortear a identificação de matéria biológica fora da Terra. O trabalho foi publicado na revista Nature, no dia 27 de outubro deste ano.

Como veremos mais à frente com mais profundidade, os pesquisadores definem sete etapas de uma escala para a identificação de organismos vivos de origem externa ao nosso planeta. Estas vão desde o primeiro contato com as evidências da vida até o estudo e acompanhamento dos novos organismos.

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Imagem: Erik Tanghe / Pixabay 

A escala recebeu o nome de Confidence of Life Detection – CoLD – (ou Confiança de Detecção de Vida) e tem o objetivo não apenas de orientar pesquisadores, mas também de dosar as expectativas do público, para evitar o sensacionalismo.

“Até agora, nós temos preparado o público para pensar que há apenas duas opções: é vida ou não é vida,” afirma a coautora Mary Voytek, também diretora do programa de astrobiologia da NASA. “Nós precisamos de um jeito melhor de compartilhar a animação de nossas descobertas, e demonstrar como cada descoberta constrói a próxima, para que possamos trazer o público e outros cientistas junto na jornada.”

Os níveis da escala de descoberta de novas formas de vida

Os sete níveis da escala, como a pesquisa relata, envolvem os seguintes passos ou níveis na detecção da vida:

No nível 1, pesquisadores terão identificado possíveis evidências e indicativos da presença de vida extraterrestre em um dado ambiente. Isso pode, por exemplo, englobar a detecção de biomoléculas e outros indicativos orgânicos, como nucleotídeos, aminoácidos e proteínas.

Em seguida, o nível 2 tem o objetivo de comprovar que as evidências de vida de fora da Terra não surgiram por contaminação do nosso próprio planeta. Esse é um dos motivos, aliás, de todos os equipamentos da NASA serem cuidadosamente esterilizados antes de voarem para outros astros.

Partindo para o nível 3, pesquisadores deverão prever como organismos biológicos poderiam produzir os mesmos sinais ou evidências em ambientes já conhecidos e estudados, como aqueles daqui da Terra.

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Imagem: NASA/Aaron Gronstal

No nível seguinte, de número 4, cientistas precisarão excluir as formas não-biológicas de produzir uma evidência. A presença de metano e oxigênio na atmosfera de um planeta, por exemplo, poderiam indicar atividade biológica, já que estes gases não coexistem naturalmente sem organismos vivos.

O quinto passo, nível 5, exige outras evidências mais diretas da presença de vida em um determinado astro, como a observação direta por telescópios. Imagine pesquisadores observando uma cobertura verde fotossintetizante sobre um exoplaneta a centenas de milhares de quilômetros de distância.

O nível 6 tem o objetivo de diversificar as formas de estudo e utilizar equipamentos variados para comprovar as origens biológicas de uma evidência. Isso também deve acontecer com o auxílio de equipes diferentes ao redor do planeta.

O último passo da escala, então, seria a tão esperada confirmação da existência de formas de vida extraterrestres, além do monitoramento da atividade e estudo destes alienígenas.

A pesquisa está disponível no periódico Nature.

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