A Muralha da China, as Pirâmides do Egito e Stonehenge, no Reino Unido, são algumas das construções mais antigas da humanidade. Embora as estruturas britânicas sejam conhecidas há muito tempo, ainda surpreendem. Agora, um misterioso anel de fossas foi descoberto perto de Stonehenge.
Durrington Walls fica localizado menos de 3 quilômetros a nordeste de Stonehenge, e por mais que o vizinho famoso fosse usado para cerimônias e enterros, por humanos pré-históricos, os pesquisadores acreditam que era em Durrington Walls onde eles realmente moravam e comemoravam suas conquistas.
Misterioso anel de fossas de Stonehenge foi descoberto após anos de dúvidas
Um estudo publicado recentemente mostrou mais uma camada presente nessa paisagem histórica. Foram encontradas fossas profundas, pontilhando a área em torno das Muralhas de Durrington, formando um círculo ao redor da construção de pedra.
Até hoje os pesquisadores já haviam identificado várias coisas estranhas naquela região, mas dessa vez um teste de sensoriamento remoto e amostragem de solo identificou os poços. Assim, eles estão enterrados em camadas de argila solta, sendo mais profundos do que se pensava antes.
“Stonehenge era para os mortos, Durrington era para os vivos”, disse o autor principal Vincent Gaffney, arqueólogo da Universidade de Bradford, ao New York Times. “Mas agora, o que provavelmente estamos vendo foi esse grande limite em torno deles, provavelmente alertando as pessoas sobre o que elas estão se aproximando”, completou.
Eles acreditam que mais de 30 fossas podem ter existido, cada uma delas medindo 98,4 metros de largura e 49,2 metros de profundidade. Conforme Gaffney, isso faz da região a maior estrutura pré-história do Reino Unido e quem sabe do continente europeu.
Estrutura já era conhecida, mas seu tamanho surpreendeu
O misterioso anel de fossas foi visto pela primeira vez em 1916, quando os pesquisadores acreditaram ser lagoas de orvalho ou piscinas artificiais rasas, que serviriam para preservar a água para o gado. Além disso, alguns pensaram ser buracos naturais.
Agora, o radar de penetração foi capaz de colher amostras, que continham fragmentos ósseos, permitindo aos pesquisadores datar o carbono do início do preenchimento, que deve ter começado por volta de 2.500 a.C.
Segundo Gaffney, não existe nada parecido no Reino Unido, o que serve para demonstrar a complexidade empregada na construção de Durrington Walls e “o desejo das comunidades neolíticas de registrar seus sistemas de crenças cosmológicas de maneiras e em uma escala que nunca tínhamos previsto anteriormente”, comentou.
Provavelmente o misterioso anel de fossas foi cavado com a utilização de ferramentas de pedra, madeira e osso. No artigo, são apresentadas referências de que a estrutura foi mantida em sua forma original pelos habitantes durante a Idade do Bronze.
Isso gera conflito com a ideia de construírem um túnel rodoviário nas proximidades de Stonehenge. Aliás, o projeto deverá ser analisado pelo governo britânico no dia 17 de julho. Por fim, Gaffney lembra que mesmo Stonehenge sendo conhecido, ainda surpreende: “isso foi possível graças à tecnologia”.
O artigo foi publicado na revista Internet Archaeology.