Arqueólogos da University College de Dublin, em colaboração com pesquisadores da Sérvia e da Eslovênia, realizaram uma descoberta significativa no coração da Europa. A partir do uso de imagens de satélite e fotografias aéreas, a equipe identificou um conjunto desconhecido de sítios arqueológicos da Idade do Bronze na bacia dos Cárpatos do sul, na Europa Central. Esses sítios massivos representam um marco importante para a compreensão da história e da cultura da região durante esse período.
A imagem aérea das terras agrícolas da Sérvia mostra o local onde existiu uma colônia da Idade do Bronze há mais de 3.000 anos. Com essa descoberta, os pesquisadores podem começar a investigar mais profundamente o significado dessas estruturas e desvendar os mistérios das sociedades que as construíram e habitaram. O estudo desses sítios arqueológicos foram detalhados em um artigo publicado na revista científica Plos One.
Uma descoberta excepcional
Situadas no coração da Europa Central, as Montanhas dos Cárpatos do sul abrigam inúmeras culturas antigas, com ecos que ressoam através dos tempos. Cada vale e colina carrega marcas desse passado misterioso, fornecendo um terreno fértil para exploração arqueológica.
Algumas semanas atrás, uma equipe munida de imagens de satélite e fotografias aéreas descobriu um rede desconhecida de megaestruturas emergindo lentamente do solo. A equipe identificou mais de cem desses locais, sugerindo que o uso frequente de áreas defensáveis por essas comunidades foi precursor dos famosos fortes de colina da Europa, construídos mais tarde na Idade do Bronze.
A descoberta dessas estruturas, nunca antes vistas, reforça a importância das Montanhas dos Cárpatos como um ponto central na evolução das práticas de defesa e urbanização no continente europeu.
Um rede bem organizada
Os locais, todos situados a menos de 5 km uns dos outros, estavam alinhados ao longo do corredor fluvial formado pelos rios Tisza e Danúbio, o que sugere uma estreita cooperação e interdependência entre as comunidades. Essa descoberta oferece uma visão fascinante de como essas sociedades antigas colaboraram na criação de uma rede complexa de megaestruturas defensivas.
Agora identificado como Grupo de Sítios Tisza (TSG), essa rede de locais provou ser um importante centro de inovação durante a pré-história europeia. Estudos indicam que essa comunidade desempenhou um papel crucial no período em que os micênios, os hititas e o Novo Império egípcio estavam no auge, entre 1500 e 1200 a.C. Essa influência vai além da simples coexistência, sugerindo que os TSG foram atores-chave na difusão de tecnologias avançadas, tanto militares quanto relacionadas à terra, por toda a Europa após o colapso por volta de 1200 a.C.
Essa nova perspectiva desafia nossas concepções anteriores sobre a pré-história europeia. As tecnologias modernas, especialmente a imagem espacial, foram ferramentas essenciais para essa descoberta, proporcionando uma visão sem precedentes da vida cotidiana dessas sociedades da Idade do Bronze e de suas interações complexas.
Ao revelar uma paisagem habitada complexa ao invés de chefias individuais em competição, essas descobertas levantam novas questões sobre a dinâmica social e as relações entre essas comunidades, lançando, assim, uma nova luz sobre um período crucial da história europeia.