Novo Mars Rover usará Raios-X para procurar vida fossilizada em marte

Matheus Gouveia

A próxima missão do Mars Rover 2020 da NASA será procurar vestígios de vida microscópica na superfície de marte. Para isso, a máquina irá usar tecnologia de Raios-X, de acordo com o site da agência.

Procurando por vida microscópica antiga

Depois da difícil missão de entrada, descida e aterrissagem no início de 2021, o Mars Rover terá mais trabalho pela frente. Ele deverá procurar por vestígios de vida microscópica de bilhões de anos atrás. Para isso, deverá usar o dispositivo chamado PIXL, que usa raios-X alimentado por inteligência artificial (IA).

O PIXL é aproximadamente do tamanho de uma pequena bolsa, e fica localizado na extremidade do braço do robô Mars Rover Perseverance 2020. Uma broca perfuradora, localizada na ponta do braço, coleta as amostras de rocha.

As texturas das rochas são fundamentais para decidir quais amostras deverão retornar à Terra. Em nosso planeta, por exemplo, as rochas chamadas estromatólitos foram formadas por camadas de bactérias antigas. Elas são um exemplo de vida antiga encontrada de forma fossilizada.

A tecnologia com raios-X

A fluorescência já era utilizada muito antes de a fluorescência de raios-X chegar a Marte. Geólogos e metalúrgicos usam a tecnologia para identificar materiais, por exemplo. Além disso, com o tempo, tornou-se uma técnica comum de museu para detectar quadros falsos ou descobrir a origem de obras. Chris Heirwegh, um especialista em fluorescência de raios-X da equipe do PIXL, esclareceu como isso acontece.

“Se você sabe que um artista normalmente usa titânio branco com uma assinatura única de metais pesados, essa evidência pode ajudar a autenticar pinturas. (…) Você pode determinar se um tipo de tinta se originou na Itália, associando-o a um grupo artístico da época.” – Chris Heirwegh

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Em seguida, o Mars Rover guardará as amostras coletadas em tubos de metal, e os depositará na superfície para retornar à Terra em uma missão futura.

Mas quase todas as missões que pousaram com sucesso em Marte utilizaram um espectrômetro de fluorescência de raios-X. Entre essas missões estão as sondas Viking e o Rover Curiosity, por exemplo.

Qual o diferencial do PIXL afinal?

Apesar de que missões anteriores utilizaram tecnologia raios-X, o PIXL ainda tem um diferencial. O mecanismo se diferencia de seus predecessores por ser capaz de escanear rochas usando um feixe de raios-X que pode encontrar produtos químicos na superfície, além de descobrir a quantidade existente. A pesquisadora Abigail Allwood, do Laboratório de propulsão da Califórnia, esclareceu sobre o diferencial do equipamento. Segundo ela, o PIXL tem precisão muito superior e ele pode encontrar substâncias minúsculas no solo.

“O feixe de raios X do PIXL é tão agudo que pode localizar características tão pequenas quanto um grão de sal. Isso permite associar com alta precisão os produtos químicos detectados às texturas específicas de uma rocha” – Abigail Allwood

Assim, analisar as texturas de rochas com o PIXL dará importantes pistas para descobrir se uma amostra é um micróbio fossilizado.

Com informações de NASA

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