Júpiter poderia ter até 600 luas, mostra estudo

Erik Behenck
Um diagrama que mostra a órbita de 79 luas confirmadas em Júpiter. Imagem: Carnegie Inst. para Ciência / Roberto Molar Candanosa.

Astrônomos canadenses indicam que Júpiter poderia ter pelo menos 600 luas, com cerca de 800 metros de diâmetro. Boa parte dessas luas possuem órbitas largas, irregulares e retrógradas. Nas últimas duas décadas astrônomos localizaram diversas pequenas luas.

O trabalho é conduzido pelos pesquisadores Edward Ashton, Matthew Beaudoin e Brett Gladman, da Universidade da Colúmbia Britânica. Eles encontraram 48 novas luas Jovianas, menores do que o tamanho esperado. Além disso, os pesquisadores acreditam que se analisar o céu em uma região fora da estipulada, Júpiter poderia ter pelo menos 600 luas.

Para chegar aos resultados o grupo estudou 60 exposições de 140 segundos de um campo perto do planeta. Elas foram tiradas no dia 8 de setembro de 2010, ao longo de 3 horas. As imagens foram combinadas digitalmente de 126 maneiras diferentes, uma para cada posição possível de velocidade e direção na qual as luas poderiam se mover.

Afinal, Júpiter tem quantas luas?

O trabalho revelou a presença de 52 objetos com magnitude 25,7 que representa um diâmetro com 800 metros. Assim, sete dos mais brilhantes foram classificados como satélites irregulares. Já as outras devem ser luas Jovianas retrógradas, que orbitam o planeta na direção oposta à sua rotação.

O número oficial de luas Jovianas aceito atualmente é 79, embora as observações feitas nessa região indicam até 600. Contudo, os canadenses ainda não podem reivindicar a descoberta de 45 luas e muito menos das tais 600.

“Leva muito tempo de telescópio para obter órbitas confiáveis ​​para essas luas muito pequenas e numerosas”, diz Scott Sheppard, que em já em 2003 fazia projeções sobre as luas de Júpiter. “Então é preciso decidir se isso é cientificamente valioso”, completou.

Conforme Ashton, por enquanto não existem planos para observações de acompanhamento das novas luas encontradas. “Seria bom confirmá-los”, diz ele, “mas não há como rastreá-los sem começar do zero”.

Essas novas descobertas levaram a um questionamento: o quão pequeno pode ser um objeto e ainda ser chamado de lua? Para Sheppard, a União Astronômica Internacional não nomeará luas planetárias menores do que 1 quilômetro.

O trabalho será apresentado no dia 25 de setembro, no Europlanet Science Congress 2020. Com informações de Sky & Telescope.

Compartilhar