Inteligência artificial fez descobertas no genoma humano

Lorena Franqueto
Inteligência artificial identifica novidades no genoma humano. Imagem por Qimono disponível em Pixabay.

Em 2018, pesquisadores encontraram uma adolescente de mais de 50.000 atrás, com diversas particularidades. Dentre elas, a garota parecia ser uma híbrida de duas espécies dos “humanos modernos“, sendo esse um relato inédito. Mas foi através de estudo de 2019 que uma técnica de inteligência artificial (IA) realizou novas descobertas no genoma humano.

Dessa forma, as atualizações feitas pela IA colaboraram para identificação de uma espécie ancestral humana desconhecida. Subitamente, segundo os pesquisadores, tudo indica a possibilidade de um grande relacionamento entre os humanos modernos e essa nova população que viveu fora do continente africano.

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Imagem por Clker-Free-Vector-Images disponível em Pixabay.

A atuação da inteligência artificial nas descobertas dos genes humanos

Cabe explicar, primeiramente, o termo “humanos modernos“. Sendo que, essa nomenclatura corresponde majoritariamente aos membros da espécie Homo sapiens. Os quais, há mais de 80.000 anos, abandonaram a África e migraram para novos continentes, originando todas as populações atuais.

Durante essa aventura em terras desconhecidas, essa povo cruzou com outros hominídeos, mas, esse cruzamento foi muito mais que pequenos encontros. Uma vez que, conforme resultados dos outros estudos, as comunidades mantinham inclusive relações com parceiros de outras espécies. A princípio, os humanos modernos mantinham relações, exclusivamente, através do contato com neandertais ou denisovanos.

Felizmente, graças ao uso de inteligência artificial e através do uso de algoritmos profundos e dados mais completos, os cientistas encontraram uma nova população arcaica, com a qual os humanos modernos também estiveram relacionados.

Portanto, os cientistas chamaram esse novo povo de “Terceira Introgressão” e identificaram também a existência, na verdade, de uma mistura dos povos. Por isso, conforme os resultados, essa terceira população encontrada é, provavelmente, uma combinação de neandertais e denisovanos.

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Imagem por Geralt disponível em Pixabay.

A condução da pesquisa com a inteligência artificial

Para realização da metodologia, os pesquisadores utilizaram a técnica Bayesian inference (tradução para Inferência bayesiana) a fim de avaliar as hipóteses da existência da terceira população. Nessa análise estatística, quando mais informações disponíveis, maior será a atualização das probabilidades.

O resultado foi positivo e grandes evidências indicaram a existência da comunidade ancestral. Contudo, um cruzamento entre os achados da pesquisa de 2018 e 2019 ainda é necessário. Uma vez que, apenas com mais avaliações, será possível comprovar que a adolescente encontrada anos atrás corresponde à nova população identificada pela inteligência artificial.

O futuro das análises do genes humanos

Segundo os cientistas da área, a inteligência artificial colaborará cada vez mais para as descobertas no genoma humano. Além disso, essas atualizações virão em grande escala e com rapidez. Ademais, a descoberta da terceira população por si só foi muito positiva para análise da evolução humana. E, ainda, permitiu uma avaliação mais íntima da população atual e informações das partes que compõe a humanidade.

Para as próximas pesquisas, as hipóteses estarão concentradas em remover as partes dos neandertais e dos denisovanos do genoma humano. Com êxito, no futuro, essa subtração poderá identificar divergências entre os povos e, ainda, aproximar a ciência da complexidade da evolução.

Artigo disponível Nature Communication.

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