Pesquisadores da Universidade Macquarie observaram 125 insetos da espécie Gorareduvius em condições selvagens e em um laboratório improvisado próximo em uma tenda.
Eles descobriram que os insetos cobertos de resina eram 26% mais bem-sucedidos na captura de qualquer tipo de presa do que seus homólogos desarmados. Isso é um comportamento incomum, já que o uso de ferramentas requer um nível de cognição complexo.
Os autores da descoberta científica dizem que isso faz insetos assassinos “um caso particularmente promissor para a compreensão das condições ecológicas e comportamentais que facilitaram a evolução improvável do uso de ferramentas”.
Os insetos assassinos manipularam um item ambiental, a resina, tirando-a de seu contexto habitual e aplicando ela em seus corpos. Isso lhes dá uma vantagem seletiva por meio da captura aprimorada de presas.
Os insetos raspam a resina das folhas de spinifex e aplicam-na meticulosamente em seus corpos, especialmente em suas patas dianteiras. Mesmo ninfas recém-eclodidas e isoladas foram encontradas se revestindo em resina, sugerindo que esse comportamento está enraizado nos insetos.
O termo inseto assassino agrupa uma variedade de insetos que são unidos pela maneira horrível como matam suas presas. Normalmente, o predador perfura a presa com sua probóscide, bombeia enzimas digestivas para dentro que a paralisam e matam e, em seguida, drenam a presa de seu conteúdo líquido, deixando para trás uma casca vazia.
As presas nunca pareceram estar totalmente presas à superfície resinosa dos insetos assassinos. Em vez disso, parece que a adesão breve e temporária atrasou as respostas das presas o suficiente para que os insetos assassinos agarrassem e esfaqueassem suas presas. Embora a resina não garanta o sucesso na captura das presas, é uma ferramenta para retardar a presa apenas o suficiente para ele caçá-la.
O uso de ferramentas pelos insetos é um comportamento intrigante, já que é considerado uma habilidade complexa que antes era atribuída apenas aos humanos. Os pesquisadores agora estão encontrando mais e mais exemplos de uso de ferramentas em todo o reino animal, e isso está mudando nossa compreensão sobre a evolução e a inteligência animal.
Os cientistas acreditam que o sucesso da caça dos insetos assassinos aumentaria se eles se cobrissem na resina pegajosa das plantas, e agora, comprovaram essa hipótese em experimentos. Essa descoberta é um passo importante para entender a ecologia e o comportamento desses insetos, e pode ter implicações mais amplas na compreensão da evolução animal.
O estudo foi publicado na revista Biology Letters e destaca a importância de observar e aprender com a natureza. Os insetos assassinos australianos são um exemplo surpreendente de como a evolução pode levar a comportamentos complexos e inesperados. A ciência continua a nos surpreender com suas descobertas, e a vida animal continua a nos ensinar lições valiosas sobre o mundo em que vivemos.