Os incêndios que atingem o Ártico preocupam o mundo inteiro, fazendo com que os cientistas liguem o sinal de alerta. Em agosto de 2020, 4 milhões de hectares desapareceram da floresta siberiana. Mas, em 2021 as chamas começaram antes, gerando ainda mais preocupação.
Esse é um avanço complicado, no fim de junho os termômetros chegaram a bater 38ºC, na cidade de Verkhoyansk, na Sibéria. Além disso, o derramamento de óleo na cidade de Norilsk, em maio, foi um dos responsáveis pelo derretimento do gelo.
Incêndios aceleram o aquecimento global, péssimo para regiões geladas
A diminuição do permafrost, devido ao aquecimento das temperaturas e aos incêndios, é um péssimo sinal, contribuindo para o aumento na liberação de metano na atmosfera. De modo geral, isso pode acelerar aquecimento global, que contribui ainda mais para o derretimento do permafrost.
“O metano que escapa como resultado do derretimento do permafrost entra na atmosfera e circula pelo globo a partir de metano. O Ártico não fica no Ártico. Suas ramificações são expressas em todo o mundo”, diz a pesquisadora Katey Walter Anthony, da Universidade Fairbanks do Alasca.
Quando o calor é demais, o diferencial de temperatura e pressão entre o Ártico e as baixas latitudes diminui. Dessa forma, pode chover por dias seguidos em uma mesma região, já que a circulação atmosférica não é forte o suficiente.
Por que os incêndios que atingem o Ártico preocupam o mundo inteiro?
Durante o verão polar, as noites curtas e os dias intermináveis ajudam a piorar a situação. “A temperatura no chão aumenta freneticamente. As noites são muito quentes, o ar não tem tempo para esfriar e continua aquecendo por vários dias”, comenta Marina Makarova, meteorologista-chefe da Agência Federal de Monitoramento Ambiental e Hidrometeorologia (Rosgidromet).
Boa parte dos cientistas acreditam que esse excesso de calor é parte do aquecimento global. Assim, conforme as temperaturas aumentam, mais anomalias climáticas vão aparecendo. E este é um péssimo sinal para uma das últimas reservas de gelo do planeta.
A NASA publicou imagens perturbadoras das queimadas no Ártico, que fizeram com que a temperatura aumentasse em quase todo o território. Além disso, os dados mostram que a Sibéria é sensível ao aquecimento global, sendo uma das regiões onde a variação de temperatura mais varia no mundo.
Os incêndios recentes na Sibéria
O aquecimento global é apenas um dos fatores, já que boa parte das queimadas são causadas pelos homens. Nos últimos tempos, as queimadas são equivalentes a uma área do tamanho da Bélgica.
Diversas famílias perderam suas casas na Sibéria nos últimos dias devido ao fogo. Além disso, a fumaça pode ter consequências graves para as vítimas da Covid-19, e outras doenças respiratórias.
Os incêndios florestais são mais intensos nos meses de maio e junho. O pior é que algumas dessas queimadas possuem evidências de que foram criminosas. Por fim, as medidas de contenção ao Covid-19 dificultam ainda mais o combate aos incêndios.
Com informações de Futura Science e Siberian Times