Guerreiras da Mongólia podem ter inspirado a lenda de Mulan

Erik Behenck
Hua Mulan. (Lock, Stock, and History)

A lenda de Mulan ganhou fama principalmente após um filme de animação lançado pela Disney em 1998, e quando a pandemia passar, um live action será lançado pelo estúdio. Mas, a história envolvendo a guerreira que se disfarçou de homem tem cerca de 2 mil anos.

Mulheres guerreiras mongóis antigas podem ter inspirado a lenda de Mulan
Cena do trailer do Live Action da Disney “Mulan”.

A lenda de Mulan pode ser mais do que isso, já que uma equipe de pesquisadores pode ter localizado pistas essenciais para provar a veracidade da história. Assim, foram identificados ossos femininos na Mongólia, que mostram o esforço físico realizado pelas mulheres, que provavelmente carregavam arcos e flechas, além de outras armas.

Qual é a origem da lenda de Mulan?

Por enquanto, não é possível identificar especificamente uma pessoa que era conhecida como Mulan. Conforme o Ancient Origins, a primeira menção a personagem aconteceu 1.500 anos atrás, em uma canção chamada The Ballad of Mulan, se tornando muito popular durante a dinastia Wei, do norte da China.

A lenda de mulan
Hua Mulan, como descrito no álbum Gathering Gems of Beauty (Domínio público via Wikimedia Commons)

A lenda de Mulan conta que uma jovem, chamada Hua Mulan, substituiu seu velho e doente pai, assumindo sua identidade. Assim, passou a vestir roupas tradicionais de homens e fazer parte do exército do imperador. Mas, existem algumas variações em relação ao final do conto, mas na maior parte ela vira líder dos homens e nunca deixa que a verdade seja descoberta.

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Por mais que a história tenha sofrido alterações ao longo do tempo, até mesmo na adaptação feita pela Disney, historiadores se esforçam para encontrar evidências mostrando que não é apenas lenda, como real.

A lenda de Mulan
Hua Mulan é indiscutivelmente a guerreira mais famosa da China. (closetprofessor)

Existem suspeitas de que a personagem foi criada baseada em um modelo de mulheres guerreiras antigas, quem sabe pertencentes aos Xianbei, um povo nômade que adquiriu o controle do norte da China, entre os anos 386 e 534. Ainda assim, seriam poucas mulheres e que atuavam distantes.

A descoberta surpreendeu as pesquisadoras

As antropólogas Christine Lee e Yahaira Gonzalez, da Universidade Estadual da Califórnia, analisaram dois esqueletos femininos, desenterrados na Mongólia. Nos dois havia marcas de atividades extenuantes, como passeios a cavalo, uso de arco e flecha. Além desses, outros restos, de 29 cemitérios antigos foram analisados.

Três grupos estavam representados: os Xiongnu, que viviam na região há 2.200 anos, os Xianbei e o povo turco, que ocupou a Mongólia há 1.470 anos.

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As marcas encontradas nos esqueletos Xiongnu sugerem que elas praticavam arco e flecha, ou cavalgavam com certa frequência. Já as turcas no máximo andavam a cavalo. Enquanto isso, duas das três Xianbei possivelmente eram habilidosas lutadoras, quem sabe prontas para a batalha.

Conforme Lee, esse é o momento para buscarem evidências sobre a veracidade de histórias envolvendo mulheres guerreiras. Se existem todas essas histórias, por que alguém nunca encontrou essas mulheres?” Lee diz à Ars Technica . “É só porque ninguém estava olhando. Eu pensei que era hora de olhar”, disse.

Por enquanto os trabalhos ainda não foram publicados em uma revista científica. Antes da pandemia o plano era que os estudos fossem apresentados em uma reunião da Associação Americana de Antropólogos Físicos, mas isso acabou sendo adiado.

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