Fungo letal coloca em risco a banana mais consumida do mundo

Elisson Amboni
Imagem: Shutterstock

Em um cenário que poderia ser tirado diretamente de um filme distópico, cientistas estão soando o alarme sobre um potencial evento de extinção mirando a querida banana. A banana-nanica, a variedade que domina as prateleiras dos supermercados em todo o mundo, está sob cerco de um fungo letal, levantando temores de uma escassez global e uma crise biológica dentro da indústria agrícola.

Conforme descrito pelo escritor Dan Koeppel em sua conversa com a Business Insider, a situação é grave. “Ninguém está nem perto de resolver o problema”, disse Koeppel, cujo livro “Banana: The Fate of the Fruit That Changed the World” narra o impacto da fruta no comércio e na cultura.

Esse sentimento sublinha a gravidade do desafio apresentado pela doença do Fusarium oxysporum f. sp. cubense tropical race 4 (TR4), um patógeno que interrompe o suprimento de alimentos e água da planta, levando à sua morte.

O flagelo da banana, comparado à epidemia fúngica em “The Last of Us”, teve origem em Taiwan em 1989 e desde então avançou por continentes, deixando caos econômico e desespero agrícola em seu rastro.

James Dale, uma figura proeminente em biotecnologia de bananas na Universidade de Tecnologia de Queensland, observou a propagação implacável da doença para grandes regiões produtoras, incluindo a América do Sul, elevando o espectro de um “farm-ageddon” para o mercado.

Apesar da perspectiva sombria, nem todos os especialistas acreditam que o fim está próximo para a banana-nanica. “Temos pelo menos uma década antes que o impacto seja drástico”, afirma Dale, fornecendo um vislumbre de esperança de que uma solução pode ser encontrada antes que os efeitos prejudiquem irreparavelmente o mercado de exportação.

Os pesquisadores estão explorando uma variedade de contramedidas, desde bananas geneticamente modificadas resistentes à TR4, até técnicas inovadoras como enxertia de frutas e terapia de exposição para mudas—comparada a uma “vacina para banana”.

No entanto, Koeppel adverte que esses esforços podem oferecer apenas uma solução temporária, pois não abordam a vulnerabilidade subjacente causada pela falta de diversidade genética.

O fim da monocultura de banana é a solução complexa que os cientistas concordam. Koeppel destaca a importância da diversidade. Isso poderia fortalecer a resistência contra doenças como a TR4. No entanto, essa estratégia demanda uma mudança na produção e venda em massa de bananas.

Enquanto consideramos o possível declínio desta fruta tão amada, há uma corrida contra o tempo. Precisamos nos adaptar, inovar e preservar a diversidade que pode prevenir a extinção precoce da banana.

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