Em uma descoberta surpreendente, cientistas tropeçam em um arranjo incomum de folhas da Asteroxylon mackiei, uma planta fossilizada de 407 milhões de anos. Essa peculiaridade complica nossa compreensão da evolução das plantas.
A maioria das plantas terrestres hoje apresenta padrões espirais que seguem a sequência de Fibonacci – um conjunto matemático onde cada número é a soma dos dois anteriores. Você pode observar isso na disposição das folhas de suculentas, nas brácteas de pinhas e até mesmo nas sementes de girassol.
Este padrão era considerado tão comum que os cientistas acreditavam que ele evoluiu desde as primeiras plantas terrestres. Entretanto, as folhas da Asteroxylon mackiei, uma das primeiras plantas conhecidas com folhas, seguiram um padrão espiral diferente, não explicado pela sequência de Fibonacci.
A equipe liderada por Sandy Hetherington, paleobotânica da Universidade de Edimburgo, estudou fósseis dessa espécie extinta. Os fósseis vieram do chert Rhynie, um depósito rochoso na Escócia com aproximadamente 400 milhões anos.
Usando centenas de imagens coletadas em 1969 e ferramentas digitais modernas, a equipe reconstruiu esses fósseis em representações tridimensionais. Descobriram que duas dessas quatro plantas exibiam espirais não-Fibonacci. As demais possuíam folhas crescendo em anéis empilhados ao longo do caule.
Holly-Anne Turner da University College Cork na Irlanda, coautora no estudo publicado na Science, expressou surpresa diante desses achados.
Essa descoberta lança novos questionamentos sobre a evolução das plantas. Sugere-se que os padrões espirais possam ter surgido separadamente em diferentes linhagens botânicas. Ou seja, nem todas as plantas podem seguir o padrão Fibonacci como se pensava anteriormente.
O estudo também indica o potencial da tecnologia moderna para descortinar mais secretos sobre o passado botânico ou outros aspectos da história natural usando simulações computacionais.
