O estudo, apresentado na Lunar and Planetary Science Conference, focou nos maiores impactos conhecidos de crateras nos últimos milhões de anos. Usando novas imagens de altíssima resolução, os autores argumentam que essas crateras, originalmente, eram muito maiores do que são agora.
Se eles estiverem certos, asteroides ou cometas com mais de 1km de comprimento atingiram a Terra uma dúzia de vezes apenas no último milhão de anos. Essa é uma taxa alta, considerando as últimas estimativas, que apontavam um único impacto a cada 600 mil ou 700 mil anos.
Outros cientistas, todavia, não se convenceram de que os componentes considerados pela equipe de fato faziam parte das crateras.
Diferentemente de Marte ou da Lua, os impactos que formam crateras na Terra desaparecem relativamente rápido devido a erosão causada pelo vento e pela água. os cientistas estimam que o risco de impactos espaciais baseando-se nos registros históricos dos impactos na Lua e monitorando asteroides próximos à Terra.
O tamanho original das crateras formadas por asteroides poderia ser bem maior do que estimado anteriormente
A equipe, contudo, usou novos dados de satélite de alta resolução para observar os restos e vestígios de crateras terrestres. Esses dados consistem em lidar (detecção e alcance de luz), que usa pulsos de laser para medir distâncias com precisão, e imagem em estéreo, que envolve um satélite tirando duas imagens do mesmo local de ângulos ligeiramente diferentes; uma comparação dessas imagens permite uma reconstrução 3D da cena.
Com esse método, os pesquisadores encontraram pelo menos quatro crateras de impacto as quais apontam terem um tamanho e espessura maiores do que previamente registrados.
A cratera Pantasma na Nicarágua, por exemplo, tinha 14 km de diâmetro, mas a equipe estimou que seu tamanho original seria de 35.2 km. O lago na cratera Bosumtwi em Gana, de 10.5 km, teria 26.8 km no tamanho original. Por fim, a cratera Zhamanshin no Cazaquistão, teria 30.4 km.
Esses impactos teriam liberado o equivalente a 400.000-730.000 megatoneladas de TNT, o suficiente para explodir uma parte da atmosfera terrestre em direção ao espaço, deixando fragmentos de vidro ao redor do planeta.
Se pelo menos quatro desses impactos tiverem ocorrido na porção continental do planeta, que é de apenas 1/3 da superfície, duas vezes mais rochas espaciais teriam caído nos oceanos. Os pesquisadores ainda estão analisando outras crateras.
Ainda que as descobertas não sejam completamente conclusivas, elas demonstram a necessidade de estudos e pesquisas mais aprofundados acerca do tema.