As borboletas evoluíram há 100 milhões de anos na América do Norte, de acordo com uma análise genética que gerou uma árvore genealógica detalhada das borboletas. Essa descoberta dá aos cientistas novos insights sobre as origens evolutivas das borboletas e como elas se espalharam pelo mundo.
A equipe internacional de pesquisadores coletou dados sobre borboletas de todo o mundo, usando espécimes em 28 coleções diferentes de museus. Eles analisaram 391 genes de quase 2300 espécies de borboletas, representando 92% de todos os gêneros de borboletas conhecidos, vindos de 90 países diferentes. O estudo foi publicado na revista Nature Ecology and Evolution.
A estreia das borboletas parece ter ocorrido na América do Norte, em meio a um cenário de herbívoros banhados a osso Dinossauros e antepassados fofos de Tiranossauro rex. Isso foi uma surpresa para os pesquisadores, que pensavam que a origem das borboletas era na Ásia, devido à diversidade muito alta de borboletas na região.
As borboletas evoluíram de ancestrais mariposas noturnas após a proliferação das primeiras plantas com flores durante o Cretáceo Inferior, explorando o novo recurso alimentar e aproveitando a relação coevolutiva que já estava se formando entre plantas com flores e abelhas. Os insetos se dispersaram primeiro para a América do Sul e depois para a Austrália, Ásia e Índia, depois um subcontinente insular. Eventualmente, as borboletas entraram na África e, finalmente, há cerca de 17 milhões de anos, chegaram à Europa.
A equipe de pesquisa também compilou mais de 31.000 registros de plantas comidas por larvas de borboletas, reconstruindo a evolução dessas plantas ao lado das borboletas. Os resultados revelam que a árvore genealógica das borboletas pode precisar de uma revisão extensa, já que os pesquisadores estimam que 27% de todas as tribos de borboletas estão agrupadas erroneamente com outras. Além disso, a equipe acredita que as primeiras lagartas de borboletas mastigaram plantas da família das leguminosas. Hoje, mais de dois terços das espécies de borboletas limitam sua dieta a plantas da mesma família, enquanto cerca de um terço são generalistas que se alimentam de duas ou mais famílias de plantas diferentes.
Essas informações são importantes para a conservação de borboletas, já que muitas espécies estão desaparecendo rapidamente em todo o mundo. Ter uma compreensão sólida de quão dependentes elas são de certas plantas hospedeiras pode informar futuros esforços de conservação.
Akito Kawahara, da Universidade da Flórida, diz que as borboletas são animais muito estudados, mas ainda há muito trabalho a ser feito. Ele está impressionado com a quantidade sem precedentes de dados tratados no estudo e acredita que as descobertas darão aos cientistas novos insights sobre as origens evolutivas das borboletas e como elas se espalharam pelo mundo.
Em resumo, a análise genética das borboletas revelou que elas evoluíram há 100 milhões de anos na América do Norte e se espalharam pelo mundo, sendo a origem uma surpresa para os pesquisadores. A equipe compilou dados sobre borboletas e plantas hospedeiras, fornecendo informações importantes para a conservação desses animais. As descobertas darão aos cientistas novos insights sobre as origens evolutivas das borboletas e como elas se espalharam pelo mundo.
