O Departamento de Defesa dos EUA revelou planos para uma nova variante da bomba de gravidade nuclear B61, nomeada como B61-13. Esse mais recente acréscimo à linha de armas nucleares B61 tem o objetivo de substituir as B61-7s atualmente em operação.
A introdução da B61-13 perpetua um legado de 78 anos de bombas nucleares de gravidade, que remonta ao projeto da primeira variante da B61 em 1963. Uma bomba de gravidade é uma arma lançada de um caça ou bombardeiro que cai em direção ao seu alvo, às vezes com assistência de navegação durante a descida.
Atualmente, cinco variantes da B61 permanecem em serviço: a B61-3, a B61-4, a B61-7, a B61-11 e a B61-12. Cada variante ocupa um lugar exclusivo no arsenal dos EUA, sendo que algumas podem ser transportadas por jatos de combate como o F-15E e o F-16.
Entretanto, a B61-7 e sua sucessora, a B61-13, foram projetadas exclusivamente para bombardeiros com capacidade nuclear. Espera-se que essas bombas sejam transportadas por bombardeiros furtivos, como o B-21 Raider e, possivelmente, o B-2 Spirit, se ambos permanecerem em serviço simultaneamente.
Modernização do arsenal nuclear
Prevê-se que a B61-13 tenha capacidade de rendimento semelhante à da B61-7, mas incorporará recursos modernos de segurança, proteção e precisão que são padrão na linha B61-12 produzida atualmente. Os recursos incluem um sistema de orientação inercial para maior precisão, mas a precisão é algo secundário quando se trata de uma arma que pode produzir explosões de dezenas ou centenas de quilotons.
“A B61-13 representa um passo razoável para gerenciar os desafios de um ambiente de segurança altamente dinâmico”, declarou O Secretário Assistente de Defesa para Política Espacial, John Plumb. Ele explicou ainda que, embora essa nova arma ofereça flexibilidade adicional, sua produção não aumentará o número total de armas no estoque nuclear dos EUA.
O poder devastador das armas nucleares
O rendimento de cada bomba nuclear, ou o equivalente em TNT da força explosiva que ela pode liberar na detonação, é um fator significativo em sua descrição. Algumas variantes da B61, incluindo os modelos -3, -4 e -12, têm “rendimento de discagem”, o que significa que seu potencial explosivo pode ser ajustado antes do uso. O rendimento dessas variantes pode ser tão baixo quanto 0,3 tonelada de TNT, uma fração da força das bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.
O rendimento máximo da B61-4 e da B61-12 é de 50 quilotons, tornando cada bomba discada maior em força explosiva do que as duas únicas armas nucleares já usadas em guerra.
Implicações da nova variante
De acordo com um informativo compartilhado durante o anúncio, “a B61-13 fortalecerá a dissuasão dos adversários e a garantia dos aliados e parceiros, fornecendo ao presidente opções adicionais contra determinados alvos militares mais difíceis e de grande área”.
É importante observar que essa introdução não decorre de nenhuma ameaça específica, mas é uma decisão política do governo Biden. O desenvolvimento do B61-13 está pendente de autorização e apropriação do Congresso.
Os críticos argumentam que não há necessidade de uma bomba de gravidade adicional e mais potente, especialmente porque os mísseis de longo alcance estão se tornando mais capazes. Atualmente, os EUA podem lançar ogivas nucleares por diversos meios, incluindo mísseis lançados por submarinos, mísseis balísticos intercontinentais disparados de silos e bombas nucleares ou mísseis lançados de aviões. Essa diversificação, conhecida como “tríade nuclear”, garante que algumas armas nucleares sobreviveriam a um primeiro ataque surpresa e retaliariam.