Estudo alerta impacto do El Niño na produção agrícola e preço dos alimentos no Brasil

Um estudo divulgado pela gestora britânica Schroders alerta para os possíveis impactos do fenômeno climático El Niño nas economias dos mercados emergentes.

Francisco Alves
Imagem: MetSul

De acordo com o relatório, a redução da inflação poderia permitir que os bancos centrais desses mercados começassem a cortar as taxas de juros ainda este ano, impulsionando o crescimento econômico em 2024. No entanto, há preocupações de que o El Niño possa ameaçar essa chance.

O El Niño é um fenômeno natural que ocorre a cada dois a sete anos e está previsto para atingir seu pico entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024. Ele é caracterizado pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, afetando o clima e as chuvas, especialmente no hemisfério sul. Os efeitos podem variar, causando secas em algumas partes da América Latina, enquanto outras regiões enfrentam chuvas intensas.

Segundo o estudo, uma das principais preocupações relacionadas ao El Niño é seu impacto na oferta global de commodities, especialmente nos preços dos alimentos. Isso pode levar a uma situação chamada estagflação, em que há inflação e estagnação econômica simultaneamente.

Além disso, o relatório ressalta que o El Niño também pode exacerbar desastres naturais como ondas de calor, secas, incêndios florestais e inundações por chuvas intensas. Esses eventos têm tido um impacto cada vez mais devastador na atividade global e nos mercados de seguros nos últimos anos.

No caso do Brasil, o impacto do El Niño nos preços agrícolas seria desigual, afetando especialmente as regiões mais pobres. Economias que dependem da exportação de alimentos podem sofrer perdas significativas de receitas se houver uma diminuição na produção combinada com um aumento nos preços dos alimentos. No Brasil, onde as exportações líquidas de alimentos correspondem a cerca de 5% do PIB, oscilações no nível do El Niño estão diretamente relacionadas ao crescimento econômico.

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