Existe nos oceanos um crustáceo cuja garra mede cerca de um terço de seu corpo. Este animal, medindo apenas alguns milímetros, faz um dos movimentos mais rápidos do mundo com ela.
O crustáceo da espécie Dulichiella appendiculata assemelha-se a um camarão, mas tem a particularidade de ser muito pequeno: apenas alguns milímetros. Ele pertence à família dos anfípodas Melitidae e seus machos têm uma garra que pode medir mais de 30% de seu corpo.
A principal característica do crustáceo
Cientistas Universidade de Duke, nos Estados Unidos, publicaram um estudo sobre ele na revista Current Biology em 8 de fevereiro de 2021. Eles descobriram que a principal característica do crustáceo não é seu tamanho, nem o tamanho de sua garra, mas a velocidade de movimento da garra. De acordo com os pesquisadores, o crustáceo realmente dá “tapas” em menos de cinquenta microssegundos, 10.000 vezes mais rápido que a média de um piscar de olhos.
Para estudar a velocidade de fechamento da garra do Dulichiella appendiculata, os cientistas simplesmente a filmaram com uma velocidade de 2,33 microssegundos entre cada imagem. Os resultados são muito impressionantes, pois, após a conversão, mediram a velocidade de fechamento a 17 m/s. Ou seja, o animal é capaz de fazer várias centenas de cliques por segundo.
O movimento gera uma mudança na pressão
Registros de velocidade de movimentação no reino animal são muitas vezes realizados por animais muito pequenos. Exemplos incluem a martelagem do camarão mantis (squilla) a uma velocidade de 22 m/s ou o movimento das mandíbulas da formiga Drácula (Adetomyrma) a 90 m/s. O crustáceo Dulichiella appendiculata é espantoso pela proporção entre o tamanho muito pequeno de sua garra e sua aceleração. Além disso, lembremos que este movimento rápido ocorre na água. Ou seja, a densidade da água dificulta e desacelera movimentos.
Entretanto, os cientistas têm algumas perguntas a serem respondidas. Por exemplo, o estalido da garra do animal é a causa de uma mudança na pressão. Isto gera jatos de água, bolhas e ruídos. Os cientistas ainda não sabem a razão disso, mas já formularam uma hipótese. Segundo eles, poderia ser para defender seu território ou para atrair parceiros de acasalamento. Porém, mais pesquisas precisam ser realizadas para chegar-se a uma conclusão.