Podendo atingir até 7 metros de comprimento e 1,2 toneladas, o tubarão-da-Groenlândia é significativamente maior até mesmo que os tubarões-brancos. Apesar disso, estes tubarões são animais lentos que vivem em águas profundas. Além disso, não existem registros verificados de ataques a humanos.
A espécie recebe o nome científico Somniosus microcephalus e vive em profundidades diversas, geralmente até 2.700 metros. Além do mais, o tubarão-da-Groenlândia pode ter colorações variadas como o preto, marrom e cinza, frequentemente com manchas brancas.
Estes animais são, ao que tudo indica, o topo da cadeia alimentar nos hábitats onde vivem, juntamente a outros tubarões. Contudo, há evidências de que cachalotes podem predar os tubarões-da-Groenlândia. Em geral eles caçam focas, peixes e enguias, além de outras espécies de tubarões menores. Algumas evidências, ademais, sugerem a espécie se alimenta de cavalos, renas e até ursos afogados.
Ninguém encontrou um tubarão-da-Groenlândia de 500 anos. Apenas de 300, talvez
Em 2016, notícias pipocaram na internet com manchetes que diziam que cientistas haviam encontrado um tubarão-da-Groenlândia de 500 anos de idade. Contudo, essa informação é errônea.
A pesquisa, de fato, analisou 28 fêmeas capturadas por acidente em redes de pesca, e realizou a datação por carbono do tecido dos olhos dos animais. Duas das fêmeas tinham, segundo os dados, ao menos 272 anos de idade. A estimativa indicava que as fêmeas tinham 335 e 392 anos, com uma margem de erro de 120 anos. Ou seja, uma delas potencialmente tinha 512 anos, mas isso não pode ser verificado.
Ainda assim, é provável que os animais tivessem, de fato, mais de 300 anos de idade. Isso porque os tubarões-da-Groenlândia são os vertebrados mais longevos do planeta. O motivo dessa longevidade, todavia, ainda é pouco conhecido. Pesquisadores suspeitam que uma vida tão longa tenha relação com um metabolismo baixíssimo e temperaturas também baixas.
Carne tóxica
Além de tudo, estes tubarões têm uma carne tóxica. Os tecidos do animal acumulam um composto chamado N-óxido de trimetilamina, que se degrada no sistema digestivo humano, formando trimetilamina. Esse composto químico pode causar problemas intestinais e toxicidade semelhante à do álcool excessivo.
Ainda assim, povos da Groenlândia praticam a desidratação da carne destes tubarões, o que permite o consumo humano e canino.
Até os anos 60, no entanto, os tubarões-da-Groenlândia eram um alvo de navios baleeiros devido à extração do óleo do fígado do animal. A pesca predatória da espécie durou quase 7 séculos e ainda hoje as populações selvagens sofrem com a pesca acidental (bycatch) da indústria pesqueira.
Após a proibição da pesca da espécie nos anos 60, os números destes tubarões em ambientes naturais começou a aumentar. Contudo, a espécie ainda recebe a classificação de ‘vulnerável’, de acordo com a IUCN.