Os restos de duas grandes esfinges foram desenterrados em um antigo templo no Egito por arqueólogos. Cada uma delas mede 8 metros de comprimento, segundo um comunicado. Elas estavam em águas submersas em um santuário para Amenhotep III, o qual era avô do rei Tutancâmon e faraó que governou o Egito de 1390 aC a 1353 aC.
Artefatos antigos
Os arqueólogos que descobriram os artefatos eram egípcios e alemães. Eles estavam restaurando o local funerário do antigo governante, conhecido como “ Templo de Milhões de Anos ”, segundo o comunicado do Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito.
Além disso, a equipe encontrou três bustos de granito preto de Sekhmet. Ela é uma deusa da guerra que assumiu a forma de uma leoa, com restos de colunas e paredes com gravuras de cenas cerimoniais.
Hourig Sourouzian, o arqueólogo chefe da pesquisa, disse a Muhammed Magdy, da Al-Monitor, que os artefatos estavam em uma importante estrada de procissão, a qual era usada em cerimônias e celebrações durante a vida do faraó.
Os relevos da parede possuíam imagens de Heb-Sed, que é um grande festival feito por Amenhotep quando completou 30 anos de reinado. Depois disso, ele era feito a cada 3 anos para comemorar a longevidade do seu reinado, que durou cerca de 40 anos.
“Esta é uma das festas mais importantes para os antigos egípcios que celebra o fim do 30º ano da ascensão do rei ao trono”, disse Abdel Rahim Rihan, diretor de pesquisa do Ministério de Turismo e Antiguidades, ao Al-Monitor.”
“As representações deste festival mostram o rei em seu trono com força total, com a multidão ao seu redor feliz e animada, esperando seu discurso prometendo-lhes mais 30 anos de reinado cheio de prosperidade e opulência. Nessa ocasião, o rei também fazia oferendas aos deuses.”
O significado das duas esfinges
Segundo os pesquisadores em um comunicado, as duas esfinges de calcário retratavam Amenhotep em um cocar de mangusto, ostentando uma barba e um colar largo.
No processo de restauração, Sourouzian e sua equipe encontraram uma inscrição no peito em uma das esfinges que diz “o amado do deus Amon-Ra”, o nome real de Amenhotep.
Amenhotep III, no seu reinado pacífico e próspero, fez um templo mortuário em uma antiga cidade chamada Tebas, ao longo do rio Nilo, que é hoje a Luxor moderna.
O complexo funerário se estende por sete campos de futebol, cobrindo, portanto, quase o tamanho da Cidade do Vaticano, como Andrew Lawler relatou para o Smithsonian em 2007.
Era uma das maiores e mais bem ornamentadas estruturas religiosas existentes no mundo, acrescenta Lawler, a qual está repleta de inúmeras estátuas, relevos de pedra e outros artefatos.
O templo do faraó foi inundado diversas vezes ao longo da história. Contudo, a maior destruição foi causada por um terremoto que aconteceu em 1200 aC, segundo o Al-Monitor.
A equipe de escavação está tentando secar as áreas do complexo maciço, contudo, o processo é demorado.
“Nossa principal tarefa deste projeto é documentar, remontar e restaurar gradualmente os últimos restos deste templo, depois exibir esses restos monumentais em seus locais originais”, disse Sourouzian ao Al-Monitor.