Dinossauro descoberto em jardim de casa pode ser o maior da Europa

Dominic Albuquerque
Imagem: Instituto Dom Luiz

Os restos do que poderia ser o maior dinossauro já encontrado na Europa foram recentemente desenterrados em Portugal. Até agora, os cientistas escavaram uma caixa torácica gigante, pertencente a um saurópode de pescoço longo, possivelmente um braquiossaurídeo, que viveu há cerca de 150 anos, durante a última parte do período Jurássico.

A equipe de pesquisa ainda vai identificar a espécie, mas os ossos encontrados já estão quebrando recordes.

Os paleontólogos começaram a trabalhar na região em 2017, quando um proprietário de terras de Pombal, em Portugal, notou alguns fragmentos de ossos fossilizados em seu quintal. Ele alertou as autoridades que, por sua vez, notificaram pesquisadores locais.

“Na época, encontramos algumas vértebras mal preservadas e partes das costelas”, contou Francisco Ortega, paleontólogo da Universidade Nacional de Educação à Distância, Madrid, membro chave da equipe de escavação.

Desde então, os pesquisadores escavaram uma caixa torácica intacta, algo incomum, e que os permitiu fazer uma estimativa do tamanho do dinossauro.

O enorme fóssil jurássico em Portugal

A equipe estima que o dinossauro pesava em torno de 48 toneladas (mais do que uma baleia jubarte), com 12 metros de altura e 25 metros de comprimento, do nariz até a ponta da cauda.

Até agora, a estrutura do esqueleto é consistente com a de um braquiossaurídeo, grupo de saurópodes que viveu durante o Jurássico tardio e início do Cretáceo (entre 145 e 66 milhões de anos atrás), famosos por seus pescoços alongados e membros dianteiros altos.

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Esses gigantes se alimentavam das folhas nas copas das florestas. Dos braquiossaurídeos conhecidos, é mais provável que aquele do fóssil seja um Lusotitan atalaiensis, que caminhou sobre a Península ibérica 152 milhões de anos atrás.

“É possível acreditar que estamos na presença de um novo espécime de um saurópode pouco conhecido”, Ortega comentou.

Contudo, os pesquisadores avisaram que ainda é muito cedo para determinar o dinossauro como um braquiossaurídeo, e que identificar a espécie pode ser uma tarefa difícil mesmo após o final das escavações.

“Esse grupo de dinossauros é representado por poucas descobertas, e é particularmente raro no Jurássico tardio da Europa”, disse Ortega. Além disso, as estimativas de tamanho do novo fóssil indicam que esse indivíduo era maior do que qualquer outro L. atalaiensis encontrado até então.

Poderia ser um maior do que a maioria da espécie, ou uma nova espécie em si.

Quando a escavação do fóssil estiver completa, os ossos serão preparados em Pombal com o auxílio do Concelho Municipal. Ortega acredita que o espécime reconstruído terá um “grande potencial para o museu” quando estiver conservado, analisado e montado.

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