“Descoberta do século”: corredor oculto na maior pirâmide do Egito

Daniela Marinho
Descoberto corredor oculto na Grande Pirâmide de Gizé - Imagem: Canva

As pirâmides são os monumentos mais conhecidos do Egito e um dos mais antigos do mundo. Não à toa, elas atraem turistas de todo o globo praticamente em todas as épocas do ano. Além de exuberantes e misteriosas – tendo em vista as questões acerca de como foram construídas – ainda são capazes de revelar muitos segredos. Nesse contexto, pesquisadores descobriram um corredor oculto na Grande Pirâmide de Gizé, o penúltimo local de descanso do antigo governante egípcio Khufu.

Corredor oculto na Grande Pirâmide de Gizé é descoberto graças a raios cósmicos

Engenheiros, astrofísicos e arqueólogos uniram forças para desvendar uma recente descoberta numa construção que é um dos maiores projetos arquitetônicos já feitos pelo homem. Os pesquisadores mapearam um corredor oculto, recém descoberto, na Grande Pirâmide de Gizé.

Os resultados da descoberta foram publicados na revista Nature Communications e concede informações preciosas sobre a engenharia por trás da enorme e relevante construção que as pirâmides do Egito representam.

Como o corredor oculto foi descoberto

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A estrutura chevron no canto superior esquerdo, acima da entrada atual da pirâmide, bloqueia a extremidade externa do corredor vazio. Imagem: MUSIKANIMAL – TRABALHO PRÓPRIO, CC BY-SA 3.0

Graças a uma chuva invisível de partículas de alta energia de supernovas distantes, os pesquisadores conseguiram encontrar o corredor oculto. Essas partículas subatômicas, chamadas de raios cósmicos (mesmo que sejam feitas de minúsculos pedaços de matéria em movimento muito rápido, não de luz), estão constantemente bombardeando nosso planeta do espaço.

Desse modo, a rocha absorve os raios cósmicos; então, quanto mais espessa e densa a camada de rocha, mais raios cósmicos ela absorve. Assim, medindo quantos raios cósmicos atravessam uma estrutura como a Grande Pirâmide, os pesquisadores podem saber se há algum espaço vazio escondido dentro dela ou se é apenas rocha sólida.

O que diz o estudo

De acordo com os resultados obtidos, os pesquisadores assinalaram que:

A Pirâmide de Khufu é um dos maiores monumentos arqueológicos de todo o mundo, que ainda guarda muitos mistérios. Em 2016 e 2017, a equipe ScanPyramids relatou várias descobertas de vazios anteriormente desconhecidos por radiografia de múons de raios cósmicos, que é uma técnica não destrutiva ideal para a investigação de estruturas em grande escala. Entre essas descobertas, foi observada uma estrutura em forma de corredor atrás da chamada zona Chevron na face norte, com um comprimento de pelo menos 5 metros. Foi assim necessário um estudo dedicado a esta estrutura para melhor compreender a sua função em relação ao enigmático papel arquitetônico desta Chevron.

Um corredor oculto que não dá em lugar nenhum

O corredor de quase dois metros de largura se estende cerca de dez metros para o sul nas profundezas da Grande Pirâmide de Gizé, onde parece terminar em um par de blocos de calcário.

No entanto, o corredor oculto parece não levar a lugar nenhum, uma vez que os lados inclinados do teto se encontram em um ângulo, o mesmo ângulo dos blocos da divisa do lado de fora.

O chefe do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito, Mostafa Waziri, falou em comunicado que o corredor pode ter sido construído para redistribuir o peso de milhões de blocos maciços de calcário para aliviar a pressão de outras câmaras próximas.

De acordo com o principal autor do estudo, Sébastien Procureur, e sua equipe, “Qualquer descoberta de estruturas internas previamente desconhecidas pode contribuir para o conhecimento da construção da Pirâmide”.

Importância da descoberta

Embora o corredor oculto não leve a algum lugar, a sua descoberta é super importante na medida em que pode conceder aos arqueólogos informações relevantes e inéditas, sobretudo se os arqueólogos puderem descobrir de qual câmara o peso deveria ser deslocado.

Com esse norte, ficará mais próximo o entendimento sobre a engenharia que envolveu a construção de espaços abertos dentro de uma pilha de milhões de toneladas de calcário, o que vai permitir uma maior compreensão acerca da engenharia antiga.

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