5 novas espécies de cobras são descobertas na Amazônia

Dominic Albuquerque
Imagem: Abel Batista

Existem muitas espécies de cobras, cada uma com suas táticas e estilos de caça. Algumas fazem uso do veneno injetado para imobilizar a vítima, podendo ser letais inclusive a humanos. Outras, por sua vez, são reconhecidas por envolverem seus alvos, apertando-os até a morte na constrição.

Poucos sabem de outro tipo de cobra, cujo método de caça é um pouco incomum: sugar o corpo de caracóis e lesmas de suas conchas, pouco antes de engoli-los por inteiro. Elas estão presentes em regiões montanhosas da América Central e América do Sul, e incluem os gêneros Dipsas e Sibon.

A novidade é que cinco novas espécies desse tipo “caracolera”, como são chamadas em certos países, foram descobertas nas regiões da Amazônia da Colômbia e Equador, e em florestas do Panamá.

Para a escolha dos nomes, os pesquisadores optaram por uma estratégia cujo objetivo é chamar atenção para os riscos que essas espécies correm diante a mineração e desmatamento. Uma delas teve o nome escolhido por Leonardo DiCaprio, ator e ativista. Outra foi pelo filantropo e ambientalista Brian Sheth, que é presidente da Global Wildlife Conservation.

A equipe da Nature and Culture International também escolheu um dos nomes das serpentes.

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Sibon marleyae, cujo nome foi escolhido por Brian Sheth em homenagem à sua filha. Imagem: José Vieira

Os nomes fazem homenagem a pessoas estimadas pelos que os escolheram: para o ator DiCaprio, a homenagem foi a sua mãe, que se chama Irmelin. A espécie recebeu o nome Sibon irmelindicaprioae. É uma espécie de extrema raridade, presente na floresta de Chocó-Darién, no Panamá.

Sheth, por sua vez, homenageou a filha Marley, com a serpente recebendo o nome Sibon marleyae.

A outra cobra foi nomeada Sibon canopy, em referência ao sistema de reservas Canopy, especialmente a do Valle de Antón, no Panamá.

As cobras e o risco ambiental

Como são cobras arbóreas, acostumadas a viverem em árvores, essas espécies sofrem com o desmatamento. Um dos biólogos e pesquisadores, Alejandro Arteaga, relatou que em 2014 visitou as florestas tropicais do rio Nagaritza, e que acho que o lugar era um verdadeiro paraíso.

Hoje, contudo, os garimpeiros ilegais se espalham pelas margens do rio, e a situação é tão perigosa que os guardas florestais têm receio em agir. No Panamá, a garimpagem infelizmente não é uma atividade ilegal.

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Sibon irmelindicaprioae, cujo nome foi escolhido pelo ator e ativista Leonardo DiCaprio em homenagem à sua mãe. Imagem: Alejandro Arteaga

A área onde ocorre a garimpagem de minérios é o habitat de duas das espécies descobertas, a Sibon canopy e a Sibon irmelindicaprioae. Sejam legais ou não, Arteaga afirma que ambas são inabitáveis para as cobras que se alimentam de caracóis. Acrescenta ainda que as legais pelo menos respeitam algum limite, respondendo a autoridades superiores e deixando que os pesquisadores e guardas florestais ajam.

O artigo descrevendo as novas espécies foi publicado na revista ZooKeys.

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