A Terra é cheia de maravilhas. Algumas são geológicas, outras vivas, como as múltiplas e diversas espécies de fauna e flora presentes, por exemplo, no Brasil. Ainda, as maravilhas podem ser naturais ou artificiais. Entre essas últimas estão as clássicas Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Também conhecidas, aliás, como as Sete Maravilhas do Mundo. É verdade que as listas de Sete Maravilhas estão sempre em debate, incluindo também em muitas estruturas não-criadas pelo homem, como as Cataratas do Iguaçu. Contudo, de fato, obras faraônicas como a Grande Pirâmide de Gizé (literalmente faraônica) ou os Jardins Suspensos da Babilônia são um atestado tanto do quão bela pode ser a combinação entre a beleza natural e a beleza proveniente da ação humana.
E realmente, não é surpresa que consideremos nossas próprias obras como maravilhas. A história da humanidade está intimamente conectada com nossa relação com a natureza. Da mesma maneira, a história mais recente da Terra também está diretamente ligada à maneira com que modificamos e operamos em nosso planeta. Afinal, somos a única espécie a desenvolver tecnologia. Mas, infelizmente, já aprendemos que isso pode ser benéfico, tanto para nossa espécie, quanto para o planeta, ou não. O avanço do aquecimento global, por exemplo, nos faz questionar certas escolhas que tomamos no passado. E, claro, certas escolhas que tomamos no presente.
A humanidade, contudo, não apenas permaneceu em território terrestre. Desde o voo de Yuri Gagarin ao espaço em 1961, o espaço também é um destino cada vez mais frequente para nós. E, como em nosso planeta, estamos deixando nossa marca por lá. Seja positiva, estudando e conhecendo mais sobre nossos arredores. Ou negativa, como no caso do lixo espacial.
Anéis espaciais
Automaticamente, quando falamos de anéis rodeando planetas, nos lembramos de Saturno, exibindo seus belos discos em diferentes tonalidades de cinza e bege dependendo da região. Eles são, contudo, uma característica importante de muitos planetas do Sistema Solar. Para ser mais específico, de metade deles. Isto é, os planetas gasosos. Júpiter, Urano e Netuno também tem seus anéis, embora não tão aparentes como no caso do segundo maior planeta do Sistema. Para esse, aliás, as estruturas podem ser vistas até mesmo por um telescópio amador.
Contudo, seja por um equipamento pequeno ou pelo Hubble, em geral, não se percebe do que os anéis de Saturno são compostos. São, na verdade, milhares e milhares de fragmentos de gelo e poeira, capturados pela gravidade e orbitando o planeta. E o mesmo vale para os outros gigantes gasosos do Sistema Solar, com diferentes composições de gelo e detritos de rochas. Os anéis previstos para a Terra no futuro, contudo, não serão tão bonitos como os dos companheiros de nosso planeta. Nem serão naturais. Na verdade, são anéis de lixo.
A Terra cercada por lixo
O lixo espacial consiste simplesmente em fragmentos de material que deixamos na órbita da Terra. Em geral, coisas como satélites antigos ou pedaços de foguetes. Uma pergunta que se pode fazer é se esses detritos têm chance de cair na Terra. E a resposta é que sim. A maioria acaba sendo incinerada pelo atrito com a atmosfera, é verdade. Aqueles que sobrevivem, contudo, têm potencial para causar um estrago por aqui. Isso, contudo, é relativamente raro. E, na maior parte dos casos, a queda ocorreu no oceano ou em regiões desérticas. Mas esse não é o único problema relacionado ao lixo espacial. Sua viagem ao redor da Terra se dá em altas velocidades, em geral, podendo danificar estruturas em funcionamento, como satélites e até mesmo a Estação Espacial Internacional, colocando astronautas em risco. Além disso, já são mais de 23000 fragmentos.
A questão, sem dúvida, está ficando bem séria. Existe, contudo, monitoramento contínuo do lixo espacial, como o feito pelo Departamento de Defesa americano e pela NASA. Há pesquisas também em curso para saber a melhor maneira de lidar com o crescente problema. E além disso, prever qual será o estado das coisas no futuro. No caso, todos esses detritos estão no caminho de formar estruturas de anéis, como os de gelo e rocha em Saturno. Um grande alerta é dado também com o acirramento da corrida espacial entre nomes da indústria como Jeff Bezos e Elon Musk.
Algumas soluções para isso parecem óbvias, como remover o lixo com um braço robótico em uma nave ou algo parecido. A quantidade e velocidade dos detritos, contudo, que destruiriam o equipamento. Apesar disso tudo, há também ideias inovadoras, como a do feixe trator, que puxa os objetos por à distância. O estudo em questão foi publicado na revista Nature.