Vacina para peste bubônica deve começar testes em humanos

Mateus Marchetto
Imagem: Triggermouse / Pixabay

Pesquisadores da Universidade de Oxford desenvolveram uma vacina contra a peste bubônica utilizando uma tecnologia semelhante àquela da vacina contra o SARS-CoV-2. O imunizante deve começar em breve a fase 1 de testes em seres humanos.

Responsável pela pandemia da metade dos anos 1300, a peste bubônica também recebe o nome de peste negra. À época, a doença causou a morte de algo em torno de 50% e 60% de toda a população da Europa. Sendo tão antiga, muitas pessoas desconhecem o fato de que a peste bubônica ainda é um problema sério hoje em dia. Entre 2010 e 2015, por exemplo, foram mais de 3000 casos ao redor do planeta, principalmente em países africanos.

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Imagem:  Siggy Nowak / Pixabay

Tendo isso em mente, pesquisadores da Universidade de Oxford estão recrutando voluntários para a primeira fase de testes clínicos da sua nova vacina. O imunizante usa a mesma tecnologia da vacina AstraZeneca contra o SARS-CoC-2 e se mostrou seguro em testes em animais.

A doença, por sua vez, é causada pela infecção da bactéria Yersinia pestis, que na verdade pode desencadear três doenças diferentes. A primeira é a bubônica, que infecta principalmente os linfonodos, e é a mais comum. A segunda é a pneumônica, que afeta os pulmões e quase sempre é letal, e a terceira é a septicêmica, que infecta o sangue.

As três formas acontecem pela ação da mesma bactéria, vale ressaltar. Além do mais, a transmissão ocorre principalmente por pulgas e contato com fluidos corporais infectados. Mesmo a forma bubônica da doença pode atingir mais de 60% de letalidade.

Como deve funcionar a vacina contra peste bubônica

No desenvolvimento da vacina para a COVID-19, os laboratórios da Universidade de Oxford utilizaram um segundo vírus para carregar os antígenos. Esse segundo vírus, assim, é um adenovírus inofensivo que expressa proteínas do SARS-CoV-2. Assim, esse vírus fake treina o sistema imune para uma possível infecção com o vírus da COVID-19 propriamente dito.

A ideia da vacina contra a peste bubônica é usar também um adenovírus para expressar e carregar algumas proteínas da peste consigo. O sistema imune humano, então, pode reconhecer estas proteínas da peste sem, necessariamente, ter contato com a infecção.

Por conseguinte, os casos de peste bubônica são relativamente raros atualmente. Contudo, a doença afeta principalmente regiões remotas da África que não têm acesso a higiene e saneamento básico. Diversos casos também têm sido registrados nos Estados Unidos nos últimos anos.

Com informações de Science Alert.

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