Novo passo na fase II de testes para a vacina contra o Alzheimer

Mateus Marchetto
Imagem: v-a-n-3-ss-a/ Pixabay

Uma vacina contra o Alzheimer acaba de passar por mais um estágio da fase II de testes clínicos. O imunizante está sendo desenvolvido pela empresa de biotecnologia Axon Neuroscience e, apesar do pequeno grupo de testes, mostrou resultados animadores.

Os cientistas da empresa, por conseguinte, testaram a vacina em 193 pacientes com estágios iniciais da doença. Desse grupo, 76 receberam apenas um placebo. Além do mais, essa segunda fase da pesquisa clínica durou dois anos e contou com a administração de 11 doses da vacina em cada um dos pacientes.

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Imagem: Gerd Altmann/Pixabay 

De acordo com a empresa, ainda, o objetivo dessa fasse era testar os potenciais clínicos da vacina, bem como a sua segurança para os pacientes. De fato, o imunizante se mostrou seguro, mas não preveniu completamente o avanço da doença. Ainda assim os pacientes que receberam a vacina contra o Alzheimer mostraram uma degeneração mais lenta das células do sistema nervoso.

De acordo com pesquisadores e com a própria empresa, o imunizante ainda deve passar ainda por mais estudos nessa segunda fase. Isso porque já se verificou que a vacina é segura e, portanto, pode-se aumentar progressivamente o número de pacientes que irão receber a vacina. Caso haja bons resultados com grupos maiores, a vacina poderá passar para a terceira fase dos testes clínicos.

Como funciona a vacina contra o Alzheimer da Axon Neuroscience

Assim como o câncer, o Alzheimer tem vários hallmarks, ou marcas que precedem a doença. Uma delas é uma mutação da proteína tau, do sistema nervoso, que acaba se agregando no cérebro.

Esse agregado de proteínas mutantes impede a formação normal de novas conexões entre neurônios, além de causar a morte prematura dessas células. O que a empresa fez, então, foi desenvolver uma vacina proteica que estimule a formação de anticorpos do tipo IgG contra a proteína tau. De acordo com a pesquisa, ainda, a vacina causou uma formação de altos níveis de IgG.

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Imagem: holdentrils/Pixabay 

Essa característica, por conseguinte, pode ter reduzido a progressão da doença por evitar a aglomeração das proteínas. Contudo, outros hallmarks ainda mantiveram o avanço do Alzheimer, ainda que em passos mais lentos.

A pesquisa está disponível no periódico Nature Aging.

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