Uma vacina contra o Alzheimer acaba de passar por mais um estágio da fase II de testes clínicos. O imunizante está sendo desenvolvido pela empresa de biotecnologia Axon Neuroscience e, apesar do pequeno grupo de testes, mostrou resultados animadores.
Os cientistas da empresa, por conseguinte, testaram a vacina em 193 pacientes com estágios iniciais da doença. Desse grupo, 76 receberam apenas um placebo. Além do mais, essa segunda fase da pesquisa clínica durou dois anos e contou com a administração de 11 doses da vacina em cada um dos pacientes.
De acordo com a empresa, ainda, o objetivo dessa fasse era testar os potenciais clínicos da vacina, bem como a sua segurança para os pacientes. De fato, o imunizante se mostrou seguro, mas não preveniu completamente o avanço da doença. Ainda assim os pacientes que receberam a vacina contra o Alzheimer mostraram uma degeneração mais lenta das células do sistema nervoso.
De acordo com pesquisadores e com a própria empresa, o imunizante ainda deve passar ainda por mais estudos nessa segunda fase. Isso porque já se verificou que a vacina é segura e, portanto, pode-se aumentar progressivamente o número de pacientes que irão receber a vacina. Caso haja bons resultados com grupos maiores, a vacina poderá passar para a terceira fase dos testes clínicos.
Como funciona a vacina contra o Alzheimer da Axon Neuroscience
Assim como o câncer, o Alzheimer tem vários hallmarks, ou marcas que precedem a doença. Uma delas é uma mutação da proteína tau, do sistema nervoso, que acaba se agregando no cérebro.
Esse agregado de proteínas mutantes impede a formação normal de novas conexões entre neurônios, além de causar a morte prematura dessas células. O que a empresa fez, então, foi desenvolver uma vacina proteica que estimule a formação de anticorpos do tipo IgG contra a proteína tau. De acordo com a pesquisa, ainda, a vacina causou uma formação de altos níveis de IgG.
Essa característica, por conseguinte, pode ter reduzido a progressão da doença por evitar a aglomeração das proteínas. Contudo, outros hallmarks ainda mantiveram o avanço do Alzheimer, ainda que em passos mais lentos.
A pesquisa está disponível no periódico Nature Aging.