Exposição ao alumínio está associada ao Alzheimer

Mateus Marchetto
Pesquisadores acabam de mostrar mais uma relação molecular entre o alumínio e o Alzheimer. Imagem: Gerd Altmann/Pixabay

O alumínio é um metal pesado que não é essencial para o corpo humano. Contudo, esse composto é altamente reativo biologicamente e diversos estudos já mostraram sua relação com patologias. Nos últimos anos, pesquisas mostraram, inclusive, uma relação bastante particular entre o alumínio e a doença de Alzheimer. Nesse sentido, um novo estudo acaba de reforçar essa relação, atrelada a fatores genéticos do paciente.

Durante o desenvolvimento do Alzheimer, ocorre a morte de milhares de neurônios, progressivamente, levando à perda de memória e por fim à perda de funções motoras. Como os neurônios são células com uma baixa capacidade de regeneração, a doença ainda não tem cura. Ou seja, há não há como reverter um quadro de Alzheimer, apenas desacelerar o avanço da doença.

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Imagem: Gerd Altmann/Pixabay

Acontece que antes da morte dos neurônios, ocorre uma aglomeração das chamadas proteínas tau. Essas moléculas atuam no sistema nervoso e organizam o citoesqueleto da célula.

Para simplificar, elas mantém a célula em um formato coeso, facilitando o transporte de nutrientes de um lado para outro. Pesquisadores descobriram, nesse sentido, que o alumínio está presente nesses aglomerados em pacientes com tendências genéticas para Alzheimer.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores utilizaram uma imunomarcação do alumínio e submeteram os aglomerados de proteínas tau a luzes que dão uma cor vibrante às marcações. Estudos anteriores, além do mais, utilizaram técnicas parecidas para avaliar a relação entre alumínio e os beta-amilóides. Esses peptídeos também formam os aglomerados que causam a morte dos neurônios.

Anos de associação entre alumínio e Alzheimer

Por mais de 50 anos, pesquisas já vêm demonstrando a relação entre o alumínio e o desenvolvimento do mal de Alzheimer. Contudo, a equipe responsável pelo estudo em questão tem mostrado nos últimos anos os mecanismos moleculares de fato para essa correlação.

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Imagem: Gerd Altmann/Pixabay

Como dito no início, o alumínio não é essencial e não tem funções biológicas no corpo humano. Ainda assim é possível encontrar algo entre 35mg e 50 mg desse metal pesado no corpo. Em geral, 50% dessa quantidade fica nos pulmões, 25% em tecidos moles e 25% nos ossos. Contaminações de água e alimento, por conseguinte, podem aumentar esses níveis ao ponto da toxicidade.

Os pacientes estudados na pesquisa, ademais, tinham marcadores genéticos que davam predisposição ao desenvolvimento da doença. Assim, os pesquisadores puderam traçar também um levantamento da relação hereditária entre alumínio e Alzheimer. Os resultados mostraram, portanto, que pacientes com histórico genético da doença podem ser mais suscetíveis aos efeitos do alumínio.

O artigo está disponível no periódico IOS Press.

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