Dieta cetogênica reduz níveis de fungos intestinais ligados ao risco de Alzheimer

Ruth Rodrigues
Fonte: Dieta Com Prazer

Durante um estudo piloto recentemente publicado, os pesquisadores descobriram uma ligação entre pacientes com comprometimento cognitivo leve (CCL) e fungos intestinais (microbioma).

Para os autores da pesquisa, a presença desses microrganismos oferece um maior risco de Alzheimer. Uma vez que já existe uma microbiota presente no intestino, e ao que tudo indica, ambas convivendo pacificamente. Para reverter ou amenizar os impactos desses seres pequenos, acredita-se que uma dieta cetogênica poderá ser uma opção viável e menos prejudicial.

Marcadores da doença Alzheimer e os microrganismos

O estudo foi realizado por profissionais da Wake Forest School of Medicine e publicado na revista EBioMedicine. O projeto contou com a participação de 17 adultos mais velhos, onde 11 possuíam CCL e 6 eram cognitivamente normais. Contou com 6 semanas de intervenção, onde os pacientes foram submetidos a uma dieta mediterrânea modificada (MMKD).

Para o autor principal, Hariom Yadav, “nosso estudo revela que fungos únicos que convivem com bactérias no intestino de pacientes com MCI, podem ser modulados por meio de uma dieta cetogênica mediterrânea”. Mesmo que ainda não esteja claro a relação entre marcadores da doença de Alzheimer, com os microrganismos.

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Além de uma alimentação estilo mediterrâneo, foi sugerida uma nova dieta para esse período, que pertence a American Heart Association Diet (AHAD). Dessa forma, para tentar compreender acerca da ligação do micobioma, a doença de Alzheimer e as bactérias intestinais, foi realizado o sequenciamento do gene rRNA ITS1 no fungo.

Com os resultados da análise genômica, ficou perceptível que, os pacientes com CCL, apresentavam uma maior diversidade quanto as famílias de fungos que constituem o micobioma. Foram identificados: as famílias clerotiniaceae, Phaffomyceteceae, Trichocomaceae, Cystofilobasidiaceae, Togniniaceae e gêneros Botrytis, Kazachstania, Phaeoacremonium e Cladosporium e menor abundância de Meyerozyma.

A dieta cetogênica como prevenção a doença de Alzheimer

Dieta cetogênica reduz níveis de fungos intestinais ligados ao risco de Alzheimer
(Imagem:
Olga Islamkina / Pexels)

Por ter sido o primeiro estudo, os pesquisadores ainda precisam formular respostas mais conclusivas, de forma que esteja acompanhada com fortes referenciais teóricos. No entanto, essa pesquisa chegou ao seguinte resultado: os pacientes com CCL apresentaram um micobioma mais específica. Não havendo nenhuma ou poucas alterações quando o indivíduo realizava alternações entre a dieta cetogênica e a da AHAD.

Mesmo sendo distintas, ambas as dietas conseguiram modular a associação entre os marcadores da doença Alzheimer, bactérias e fungos do intestino nos participantes com CCL. Com esse resultado, a equipe passou a acreditar que o micobioma e as bactérias intestinais, quando interagem, formam uma associação que podem afetar a saúde cognitiva.

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No entanto, como uma forma de amenizar o impacto causado por essa associação, as dietas são fortes candidatas. Mesmo que ainda não exista um motivo plausível no momento, de como alguns alimentos possam ajudar a manter a saúde mental dos pacientes.

Dieta cetogênica reduz níveis de fungos intestinais ligados ao risco de Alzheimer
(Imagem: Ella Olsson / Pexels)

“Embora não entendamos como esses fungos contribuem para a doença de Alzheimer, este é o primeiro estudo desse tipo a revelar seu papel em nossa saúde mental. O que esperamos acenderá o pensamento da comunidade científica para desenvolver uma melhor compreensão deles em relação à doença de Alzheimer, informou Yadav. Também indica que hábitos alimentares, como comer uma dieta cetogênica, podem reduzir fungos nocivos no intestino, o que pode ajudar a reduzir os processos cerebrais da doença de Alzheimer”.

O estudo foi publicado no EBioMedicine.

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