História
Cervejaria industrial mais antiga do mundo descoberta no Egito

Evidências de um cervejaria industrial foram encontradas por arqueólogos no sul do Egito, no sítio arqueológico de Abydos, segundo comunicado do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. Acredita-se que a estrutura, com mais de 5.000 anos, produzia até 22.000 litros de cerveja por lote.
A história entre a cerveja e a humanidade é longa. Um achado em Israel dois anos atrás sugere que a sua produção pode ter tido início há mais de 13.000 anos. Assim como o vinho, ela era considera uma bebida mais segura do que a água devido ao processo de fermentação que passava. O consumo de cerveja também foi associado a muitas práticas religiosas e tratamentos supostamente curativos.
A descoberta
Os primeiros vestígios da cervejaria são de mais de um século, encontrados durante uma escavação em 1912, quando arqueólogos encontraram o que parecia ser um conjunto de oito fornos de grãos, dispostos em fila. As estruturas estavam acompanhadas por tumbas e outras estruturas que datam de 3100 a 2700 AEC.
Artefatos de outros locais da região indicam que esses fornos eram usados para a produção de cerveja. Deste modo, nos últimos anos, os arqueólogos voltaram ao local original para continuar a escavação e coletar amostras para datação e análise. Hoje eles revelam toda a extensão desta estrutura incrível.
A cervejaria consistia em oito grandes áreas utilizadas como “unidades de produção de cerveja”. Cada setor continha cerca de quarenta potes de cerâmica dispostos em duas fileiras. Uma mistura de grãos e água utilizada para a produção de cerveja era aquecida nos tanques.
O arqueólogo da Universidade de Nova York, Matthew Adams, que está liderando a missão conjunta com Deborah Vischak, da Universidade de Princeton, observa que essa cervejaria era capaz de produzir cerca de 22.400 litros de cerveja por lote.
Segundo as análises, a estrutura foi construída durante a época do Rei Narmer. Este último, que reinou há mais de 5.000 anos, é conhecido por ter fundado a primeira dinastia e unificado o Alto e o Baixo Egito. Segundo os arqueólogos, a estrutura “pode ter sido construída lá especificamente para fornecer os rituais reais que aconteciam dentro das sepulturas dos reis do Egito”, segundo o comunicado.