Cientistas estão em busca de confeccionar casas de peixes afim de dar-lhes abrigo diante da destruição crescente de seu habitat. Entretanto precisa-se saber quais tipos de casas eles prefeririam se pudessem escolher.
Para que fazer casas para peixes?
A crescente degradação dos ecossistemas por ações humanas prejudica de várias formas os seres vivos. Entre esses danos está a perda de abrigo seguro para muitas espécies. Como resultado desses desastres alguns cientistas tem tentado criar abrigos temporários para animais aquáticos afetados com esses efeitos.
A ecologista Danielle Dixson, Universidade de Delaware, e sua equipe confeccionou em impressoras 3D recifes de corais artificiais constituídas por um substrato de amido de milho biodegradável. Entretanto era preciso analisar qual seria o melhor tipo de abrigo para peixes que vivem em recifes de corais. Os pesquisadores chegaram a conclusão que os recifes não podem ser muito ramificados, pois atrapalha a entrada dos peixes, nem ter grandes lacunas, facilitando a entrada de predadores.
Abrigos ideais para os peixes
Outros cientistas pensaram em melhorar ainda mais a ideia dos abrigos para peixes. Estes pensam que já que os abrigos são artificiais por que não criá-los de forma que sejam realmente ideais para os peixes? Se os peixes pudessem escolher suas casas como seriam?
Assim, pesquisas sobre preferências habitacionais para os peixes começaram a ser feitas no Instituto Max Planck de Comportamento Animal pelo biólogo Alex Jordan e seus colaboradores. Os pesquisadores escolheram uma espécie específica de peixe, a donzela, pois ela é muito importante para o bom funcionamento de recifes de corais. Dessa forma alguns questionamentos foram feitos: Se um peixe pudesse construir sua casa como seria? Quais são componentes os peixes precisam em uma habitação?
Então que tipo de casas os peixes realmente preferem?
Os experimentos de Jordan uniram meio ambiente e arte. Assim, os “legos para peixes” (como chamaram os abrigos) foram projetados pelo o estúdio de arte Rasmus Nielsen por um artista dinamarquês. As estruturas testes confeccionadas foram feitas por tijolos de cerâmica, esponjas de metal esburacadas, blocos rosas e hexágonos tridimensionais.
Como resultado dos experimentos a conclusão foi que os muitos animais marinhos tem predileção por abrigos artificiais. Os peixes preferem conchas muito grandes, as quais não existem na natureza. Entretanto o resultado não causou surpresa para a equipe, pois é óbvio que os peixes, assim como nós, irão preferir um local maior invés de um menor.
A pandemia da Covid-19 afetou a continuidade das pesquisas de Jordan. No entanto, assim que a pandemia estiver mais branda, o biólogo pretende testar a pesquisa no meio ambiente. Para testar a preferência dos peixes donzelas irá instalar nos recifes do Mar Vermelho os “legos para peixes”.
Para concluir o intuito do cientista é provar que os peixes preferem abrigos artificiais criados por ele invés dos corais naturais. Além disso, mostrar que existe a consciência animal, que os peixes podem ter preferência de habitat. Porém, de acordo com a Smithsonian Magazine “ainda não tenho uma noção real de qual será a mudança”, diz ele.
Outras aplicações para a pesquisa
Além do objetivo central da pesquisa os cientistas pensam em outras aplicações. Com as mudanças climáticas sabe-se que o nível do mar irá aumentar e engolir as construções das orlas marítimas no próximo século. Dessa forma o biólogo Jordan projetou a ideia de que os arquitetos possam fazer construções que atendam as necessidades humanas, mas que no futuro sejam reaproveitadas pela biodiversidade marinha.