Como um cachorro-quente pode tirar 36 minutos da sua vida

Mateus Marchetto
Imagem: Fernando Valencia / Pixabay

E se nós pudéssemos saber exatamente quanto tempo de vida perdemos ou ganhamos com cada alimento? É com essa pergunta em mente que uma equipe de pesquisadores estimou que cada cachorro-quente pode subtrair 36 minutos, em média, da vida de uma pessoa.

Evidentemente, a pesquisa não levou em conta apenas o cachorro-quente. Na verdade, a pesquisa utilizou dados de mais de 5.800 alimentos, de vegetais a super-processados. Além do mais, a equipe se baseou em um super estudo epidemiológico de quase 30 anos para compor uma análise de saúde.

Esse último estudo, vale ressaltar, contou com incríveis dados de todos os países do planeta. A equipe de mais de 7.000 cientistas criou uma estimativa sobre a saúde das populações e necessidades de cada país, chamada de Global Burden of Disease (GBD). A partir daí, a nova pesquisa, publicada no periódico Nature Food, compôs o Índice Nutricional de Saúde.

O GBD leva em consideração dieta, estilo de vida e atividades físicas, por exemplo. Assim, o índice criado pelos pesquisadores permite quantificar o impacto de certas comidas em razão da quantidade de minutos de vida ganhos.

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Imagem: Austin Thomason/Michigan Photography e University of Michigan

Além do mais, a pesquisa analisou o impacto de cada um dos alimentos sobre o meio ambiente. Com os resultados, a equipe compôs o gráfico simplificado abaixo que mostra os principais alimentos em função do impacto na saúde (minutos perdidos ou ganhos) e no ambiente (pegada de carbono).

O que faz do cachorro-quente um vilão?

Vale comentar que a pesquisa usa estimativas, e que a quantificação de minutos vale para tempo de vida “saudável”, segundo os pesquisadores. Assim, não necessariamente estes valores vão se aplicar matematicamente para todas as pessoas. Ainda assim, os dados são alarmantes.

Nos Estados Unidos e Brasil, por exemplo, a mortalidade por problemas relacionados a alimentação e obesidade tem crescido exponencialmente. Sobretudo isso ocorre pelo baixo custo de comidas altamente processadas. Além do mais, carnes e carboidratos tendem a criar dependência do indivíduo, sobretudo pelas altas quantidades de açúcares e sais.

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Imagem: RitaE / Pixabay 

Assim, todos os conservantes presentes em um cachorro-quente, juntamente à carne vermelha e outros compostos o tornam uma das preocupações para a dieta. A carne de gado, nesse sentido, se mostrou quase tão impactante quanto o refrigerante na saúde, apesar de ter um efeito extremamente mais alto no ambiente.

Para resumir, o estudo reforça um conhecimento já bastante antigo e difícil de se aplicar: junk foods podem realmente encurtar a sua vida. Além do mais, vegetais frescos, grãos integrais e carne de peixe mostraram um efeito bastante positivo no tempo de vida e também na pegada de carbono.

De acordo com a pesquisa, uma alimentação levemente mais saudável, cortando 10% da carne vermelha, pode render 48 minutos a mais de vida por cada dia de dieta. Ou seja, 10% de sacrifício podem render 12 dias de vida a mais por ano.

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