Preservado pelo permafrost da região, ou “solo permanentemente congelado”, por cerca de 32.000 anos, o espécime é a primeira carcaça parcial de um lobo adulto da estepe do Pleistoceno – uma linhagem extinta distinta dos lobos modernos – jamais encontrada.
Relatada pela primeira vez no Siberian Times, a descoberta irá ajudar os pesquisadores a entender melhor os lobos da estepe em relação aos seus colegas contemporâneos, bem como por que a espécie acabou se extinguindo.
O lobo em questão estava totalmente crescido, provavelmente entre 2 e 4 anos de idade, no momento de sua morte. Embora fotografias da cabeça decepada, ainda ostentando tufos de pelo, presas e focinho bem preservados, coloquem seu tamanho em 15,7 polegadas de comprimento – a cabeça do moderno lobo cinza, em comparação, mede 9,1 a 11 polegadas.
Love Dalén, geneticista evolucionista no Museu Sueco de História Natural, que estava filmando um documentário na Sibéria, quando o caçador de bolotas chegou ao local com a cabeça a reboque, diz que relatos da mídia divulgando a descoberta como um “lobo gigante” são imprecisos.
Segundo a CNN, uma equipe russa liderada por Albert Protopopov, da Academia de Ciências da República de Sakha, está atualmente construindo um modelo digital do cérebro do animal e do interior de seu crânio.
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David Stanton, pesquisador do Museu Sueco de História Natural que lidera a análise genética dos restos mortais, disse à revista Smithsonian que, dado o estado de conservação da cabeça, ele e seus colegas estão esperançosos de que possam extrair DNA viável e usá-lo para sequenciar o genoma do lobo. Este trabalho, que deverá durar pelo menos mais um ano, será publicado em um periódico científico revisado por pares.
Por enquanto, ainda não está claro exatamente como a cabeça do lobo se separou do resto de seu corpo. Contudo, há evidências de que ela pode ter sido cortada por seres humanos. Porém, ainda é cedo para chegar a uma conclusão. Alguns pesquisadores ainda não acham as evidências disponíveis tão convincentes.
Os lobos das estepes eram um pouco maiores e mais robustos que os lobos modernos. Eles tinham uma mandíbula grande e forte, equipada para caçar grandes herbívoros como mamutes e rinocerontes, e foi extinto entre 20.000 e 30.000 anos atrás, ou mais ou menos na época em que os lobos modernos chegaram ao local.
Se os pesquisadores conseguirem extrair o DNA da cabeça do lobo, eles tentarão usá-lo para determinar se os antigos lobos acasalaram com os modernos, quão inatas eram as espécies mais antigas e se a linhagem teve – ou não – adaptações genéticas que contribuíram para sua morte.
FONTE: A Perfectly Preserved 32,000-Year-Old Wolf Head Was Found in Siberian Permafrost [Smithsonian]